Trabalhador morre na Ford, em Camaçari (BA)
O eletricista Álvaro Arcanjo dos Santos Filho, 36, morreu hoje (26), por volta das 10 horas, no prédio administrativo da Ford, no setor conhecido como main office, Complexo Automotivo de Camaçari, no Estado da Bahia. Ele trocava um sensor de presença (que
Publicado 26/07/2007 18:33
Infelizmente, não se trata um caso isolado. Mortes freqüentes têm ocorrido nas indústrias do ramo metalúrgico, siderúrgico e automobilístico da Bahia. A obsessão pela superação de metas, aliada à falta de contratações e aos investimentos insuficientes em segurança, criam ambientes de trabalhado cada vez mais caóticos e perigosos.
Dados do Governo da Bahia apontam crescimento recorde nas exportações do ramo, atingindo a marca histórica de um bilhão de dólares em 2006. Ao mesmo tempo, trabalhar no setor virou uma atividade de alto risco: em 2007, tem ocorrido uma morte por mês.
''A realidade é que as empresas produzem mais, mas não se preocupam em contratar no mesmo ritmo, além de virarem as costas para a segurança dos seus funcionários. A produção aumenta, os lucros também, mas à custa da vida de trabalhadores”, explica Aurino Pedreira, presidente da Fetim (Federação dos Trabalhadores em Indústrias Metalúrgicas do Estado da Bahia).
Oito mortes
A freqüência com que ocorrem acidentes de grandes proporções nas empresas metalúrgicas da Bahia é alarmante. No início do ano duas explosões ocorridas consecutivamente na RDM/Vale do Rio Doce feriram sete funcionários e outro trabalhador morreu nas instalações da empresa Autometal, em Dias D’Ávila. Edvaldo Ferreira dos Santos, 36 anos, participava da montagem do teto de um galpão industrial quando caiu de grande altura, morrendo instantaneamente. Ele trabalhava para a MSM Manutenção e Montagem, empresa terceirizada pela Autometal.
São histórias tristes, mas, infelizmente, corriqueiras. Apesar dos riscos envolvidos nas atividades que estavam sendo realizadas, nenhuma das empresas manteve um técnico de segurança, uma obrigação legal.
Fonte: Assessoria de comunicação da Fetim/Isaac Jorge