Cepal: Brasil puxa para cima PIB latino-americano de 2007

A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) elevou a previsão de crescimento da região em 2007, de 4,7% para 5,0%, devido à expansão acima do previsto no Brasil. A comissão estima que o país, maior economia latino-americana, vá crescer 4,5

Os dados da Cepal sobre o PIB brasileiro tiveram um momento de grande exposição durante a campanha presidencial de 2006. Geraldo Alckmin, candidato presidencial da oposição (PSDB-PFL), usou como bordão de campanha a afirmação de que, segundo o organismo da ONU, o crescimento do PIB do Brasil em 2006 só superaria o do Haiti.



Machinea apresentou o Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2006-2007 nesta quinta-feira (26) em Santiago do Chile, sede da Cepal. Ele apontou que a América Latina completará em 2008 seis anos consecutivos de desenvolvimento –  a última recessão regional ocorreu em 2002.



Em 2007 a Cepal estima que o PIB (Produto Interno Bruto) da América do Sul crescerá 5,7%. No Caribe o crescimento será de 5,5%. Já área da América Central e México crescerá menos, 3,6%, puxada para baixo pelo desempenho mexicano, 3,2%.
“O panorama positivo em matéria de atividade econômica permitiu uma melhora no mercado de trabalho. Não só diminuiu a taxa regional de desemprego, de 9,1% em 2005 para 8,6% em 2006, mas também melhorou a qualidade dos postos de trabalho”, diz o informe.



A inflação latino-americana ficou em 5,0% em 2006, contra 6,1% em 2005. “O Brasil experimentou a maior redução deste índice, de 5,7% para 3,0%”, registra o estudo. “Outro aspecto positivo é a diminuição da vulnerabilidade dos países da região, graças a uma sensível redução da dívida externa, tanto em relação ao PIB (de 26% para 22%) como no confronto com as exportações regionais (de 101% para 84%)”.



A Cepal conclui que “é possível manter um cauteloso otimismo para o futuro próximo, devido à evolução mostrada pela economia internacional e à relativa força mostrada pelas economias da região”. No entanto, registra “preocupação” com o recente aumento da volatilidade dos mercados financeiros internacionais.



Fundada em 1948, como órgão auxiliar das Nações Unidas, a Cepal reuniu grandes nomes do pensamento desenvolvimentista latino-americano, pregando a industrialização e combatendo a dependência da região face à economia dos Estados Unidos. O brasileiro Celso Furtado (1920-2004) foi um dos seus ideólogos e coordenadores.



Fonte: Cepal (http://www.eclac.cl)