“Risco Brasil” sobe 11% em um dia e 31% em julho

O “risco Brasil”, calculado em Nova York pelo Banco JP Morgan Chase, rompeu a barreira dos 200 pontos nesta quinta-feira (26). Às 13h15, registrava 204 pontos, um salto de 11,47% ante o fechamento de ontem, quando o indicador havia registrado 183 pontos;

Os EUA vivem um momento de apreensão, com temores de um estouro fora de controle da bolha do setor imobiliário, queda dos mercados de ações doméstico e de Nova York e na alta dos preços dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries). Em momento assim os investidores, nervosos, tendem a fugir dos mercados de países em desenvolvimento, considerados instáveis. É o movimento conhecido em economês como  “fuga para a qualidade”.
“Céu de brigadeiro” pode nublar



O “risco Brasil”, é calculado como parte do Embi+ (sigla em inglês para Emerging Markets Bond Index, ou Índice de Títulos da Dívida de Mercados Emergentes). Ele mede a diferença entre os juros pagos pelos títulos públicos dessas nações e os bônus emitidos pelo governo dos Estados Unidos, considerados como sendo de risco zero. O risco Brasil em 204 pontos significa que os papéis brasileiros pagam de juros 2,04 ponto porcentual mais que os títulos americanos emitidos para o mesmo período de vencimento.



O Embi+ Brasil é considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira. Durante a crise do fim do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2004, chegou a superar a barreira dos 1.000 pontos, ficando atrás apenas da Argentina, que vivia na época o seu “inferno econômico”.  A evolução do índice em julho indica que, apesar da considerável redução da vulnerabilidade externa, o cenário internacional pode no mínimo nublar o “céu de brigadeiro” em que o Brasil transita conforme a avaliação da equipe econômica.