Sete mineiros chilenos são presos em protesto

Sete mineiros foram detidos e veículos apedrejados na quinta-feira (26) no caminho de acesso à mina de cobre El Teniente, 90 quilômetros ao sul de Santiago, onde trabalhadores em greve bloquearam a estrada e impediram o acesso de mineiros da empresa Codel

Depois do protesto a presidente, Michelle Bachelet, pediu aos trabalhadores terceirizados, que estão em greve há um mês por aumentos salariais, para que “evitem a violência” e disse que o conflito da empresa estatal é “uma grande prova para o país”.



A mobilização foi realizada hoje após a suspensão do diálogo entre os dirigentes de mais de 20 mil trabalhadores terceirizados e dentro da estratégia de aprofundar a greve anunciada na noite de ontem pelos trabalhadores, que estão lutando há um mês por melhores salários.



Um conflito em um ponto que bloqueou os acessos às estradas El Cobre e do Acido, que unem Rancágua com a mina subterrânea El Teniente, terminou com violência policial e a prisão de pelo menos sete manifestantes, entre os quais estava o diretor da Confederação de Trabalhadores de Cobre, Leonardo Cavieres. Também houve protestos nas cidades de Rancágua, onde vivem os mineiros e os trabalhadores terceirizados da maior companhia mineira chilena.



A Codelco chegou a um acordo na terça-feira com 14 mil dos trabalhadores terceirizados em greve, mas outros 20 mil funcionários mantiveram a paralisação, rejeitando a oferta da companhia e decidiram seguir com ações.



A greve de terceirizados mantém paralisada há três semanas a mina El Salvador. Michelle disse aos 20 mil trabalhadores em greve para que “usem sua sabedoria histórica e que suas reivindicações correspondam com as condições salariais do resto dos chilenos e que haja uma explícita renúncia a formas de violência”.



“A Codelco é uma empresa de todos os chilenos e continuará sendo e seus prejuízos afetam todo o país. Por isso, as autoridades da empresa estão fazendo seu máximo esforço para resolver o conflito e espero que o continuem fazendo com muita força”, acrescentou.



No entanto, o presidente da Confederação de Trabalhadores de Cobre, Cristian Cuevas, disse que a greve será lembrada como um importante passo na reconstrução do movimento sindical pós-ditadura de Pinochet, pois “pela primeira vez um movimento, depois de um mês, em vez de se debilitar se fortalece com novos sindicatos que aderem à greve”.



Cuevas denunciou como “manobra de comunicação” os anúncios da Codelco de que assinou um acordo com 14 mil trabalhadores terceirizados e indicou que essa atitude “está levando este conflito ao limite”.



“Nós estamos unidos, convencidos de que o que pedimos é justo”, destacou.    egundo o sindicalista, a produção de cobre foi paralisada pelos grevistas nas minas de El Salvador, El Teniente e Andina, por responsabilidade daqueles que se negaram a solucionar o conflito que a “Codelco poderia resolver sem nenhum ajuste maior”.