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Lula diz que ''notinhas sobre vaias'' não mudam sua agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (31), em Cuiabá, que continuará participando de eventos públicos mesmo queando a oposição organizar protestos. ''Não tentem achar que vendendo notinhas para os jornais de que vai ter uma manif

''A gente tem duas orelhas, uma para escutar vaia e outra para escutar aplauso. Os que estão vaiando eram os que deveriam estar aplaudindo. Os que estão vaiando, posso garantir, foram os que mais ganharam dinheiro nesse país, no meu governo'', referindo-se às camadas mais ricas da sociedade.



''Aliás, a parte mais pobre é que deveria estar mais zangada, porque teve menos do que eles tiveram. É só ver quanto ganharam os banqueiros, empresários. Vamos continuar fazendo política sem discriminação'', disse ainda o presidente, ao anunciar investimentos do PAC para obras de saneamento básico e urbanização no Mato Grosso.



Em mais um pronunciamento com forte marca social, o presidente denunciou o empobrecimento do povo trabalhador. ''A periferia desse país empobreceu. Há 40 anos, São Paulo tinha duas favelas. Hoje, tem 700'', exemplificou.



''Nem um time de futebol de salão''



O motivo da declaração foi um protesto programado por militantes tucanos locais. O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), presente na cerimônia, afirmou que agiu para impedir um protesto que seria realizado por seus colegas de partido. Argumentou que fora contra porque  Lula estava na cidade para anunciar recursos para o estado. E disse que o grupo que pretendia vaiar Lula era tão pequeno que ''não daria nem para formar um time de futebol de salão''.



De acordo com o Ministério das Cidades, o estado receberá, no total, R$ 521,5 milhões em investimentos nas duas áreas, sendo R$ 438,8 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 10,7 milhões do governo estadual e R$ 72 milhões das prefeituras de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Várzea Grande. Ainda conforme o ministério, as obras atenderão 1,3 milhão de pessoas.



Os recursos serão usados para ampliar redes de água e esgoto e retirada de casas de áreas de risco. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que até o mês que vem o governo termina de lançar o programa nas cinco regiões do país. Segundo ela, os projetos devem começar neste ano.



Questão das vaias surgiu no Pan



O tema das vaias contra Lula entrou no noticiário político a partir da abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Maracanã (RJ), dia 13. Um grupo vaiou o presidente, que não abriu oficialmente a competição, como estava planejado. Um vídeo divulgado no Youtube mostrou correligionários do prefeito carioca, Cesar Maia (DEM), ensaiando o protesto.



Desde então, a mídia passou a pautar vaias a Lula em diferentes pontos do país. E atribuiu ao temor de protestos a suspensão de uma viaita presidencial ao Sul, onde Lula teve menos votos que Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição presidencial.



Da redação, com agências