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Orlando Silva destaca favoritismo do Brasil no Parapan

Encerrados os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, com o registro da melhor participação brasileira na história da disputa, o ministro do Esporte, Orlando Silva, fez um balanço da competição para o boletim Em Questão, do governo federal. Ele aponta que

Em Questão – Os Jogos Pan-americanos cumpriram a expectativa de mostrar que o País tem condições de sediar um grande evento esportivo internacional?



Orlando Silva – Todas as instalações esportivas estavam preparadas para receber a disputa no prazo necessário e atenderam às exigências das mais diversas modalidades. Os dirigentes internacionais elogiaram muito o Rio 2007. O presidente da Odepa (Organização de Desporto Pan-Americana), D. Mário Raña, deu notas 9 e 10 para as edificações do Pan. Além disso, não enfrentamos problemas de segurança ou de falta de organização graças a um trabalho efetivo e responsável. Creio que o sentimento que deixamos é extremamente positivo.



Já é possível pensar no Brasil como país-sede de uma Olimpíada?



Não podemos dizer que tudo está pronto para receber uma Olimpíada, mas já avançamos muito na nossa preparação para reivindicar ser o país-sede. Os investimentos em instalações tiveram como objetivo prepará-las para uma disputa mundial e, além disso, testamos também outros serviços, como a segurança e os exames anti-doping.



Qual a principal herança dos Jogos Pan-Americanos para o Rio de Janeiro e para o Brasil como um todo?



Acredito que a principal herança é a certeza de que somos capazes de nos organizar a ponto de não perder em qualidade para qualquer outro país do mundo na hora de receber um grande evento esportivo. Além disso, nossas instalações, em alguns casos, como o Centro Nacional de Hipismo e o Centro Nacional de Tiro, únicas na América Latina, colocam nossos atletas no nível internacional de treinamento.



Como manter aceso o entusiasmo pelo esporte agora com o final das competições?



O fato de os Jogos Pan-Americanos terem colocado o esporte como um dos principais assuntos no País nestes últimos dias é um impulso para a prática esportiva e para a discussão de políticas públicas de incentivo ao esporte. A competição segue agora nos Jogos Parapan-Americanos. Mas a política esportiva do governo federal e dos demais governos para o esporte é que precisa ser um permanente convite ao esporte.



É possível pensar que nos próximos jogos, em Guadalajara, no México, o Brasil já poderá tornar-se a segunda potência esportiva das Américas, superando Cuba?



Tenho plena convicção de que podemos chegar ao segundo lugar no pódio. Temos talentos e potencial para melhorar nossa classificação. Nosso verdadeiro compromisso não é competir com este ou aquele país, e sim, qualificar nossa política esportiva para que mais e mais ídolos surjam. Um dos grandes passos que demos nesta direção é a criação da Lei de Incentivo ao Esporte, que será um importante instrumento para o desenvolvimento e o aprimoramento da atividade esportiva do País. Com ela, o esporte receberá uma importante soma de recursos que virão da iniciativa privada por intermédio dos incentivos fiscais. Esse investimento será fundamental na revelação de atletas e na preparação dos nossos esportistas de alto rendimento. Também temos o programa Bolsa-Atleta, que auxiliou o Brasil a conquistar 19 medalhas nesta edição do Pan. Tenho certeza que esta iniciativa, que está ainda no seu segundo ano, nos ajudará a trazer ainda melhores r esultados nas próximas competições. E, por último, muitos atletas contam com o patrocínio de empresas privadas e estatais, que colaboram para a alta performance alcançada pelo Brasil.



Na sua opinião, o Pan contribuiu para auto-estima da população do Rio de Janeiro e, por extensão, do Brasil?



Não tenho dúvida disso. Antes do Pan, muita gente estava insegura sobre a preparação das instalações e dos atletas. Mas isso foi superado quando começamos a entregar os locais das provas para os eventos teste. A cada dia, o público e os atletas se surpreendiam com a estrutura do evento. Ver agora que esta é considerada a melhor edição dos jogos é motivo de orgulho para todos os brasileiros e nos incentiva a planejar competições ainda maiores.



Qual o principal legado dos Jogos e como preservá-lo para o futuro?



Temos o legado físico, as estruturas, os locais das provas, e o legado humano, que são nossos atletas. Com relação aos primeiros, estamos programando alternativas para uma manutenção de qualidade que envolva governos e iniciativa privada. De início, a preparação de outros eventos, como o mundial de Judô, ainda este ano, e os Jogos Mundiais Militares, em 2011, nas mesmas estruturas do Pan, já garantem a utilização dos espaços. Com relação aos atletas, programamos ações para ampliar o investimento deles. Além dos espaços de competição que agora poderão ser utilizados para treinamento e os equipamentos que foram adquiridos pelo governo federal, investiremos para possibilitar que os atletas disputem no exterior e que treinem em outros países com expertise em áreas que não dominamos, como em altitude, por exemplo.



Quais as expectativas para o Parapan?



A delegação brasileira é uma das favoritas a primeiro lugar na competição. Teremos 239 atletas representando o Brasil. Além disso, nossa organização continua a mesma mobilizada para o Pan, inclusive nas mesmas instalações, fato inédito na história dos jogos.



Quais os próximos passos para seguir no trabalho de promoção e de desenvolvimento do esporte no Brasil?



Acreditamos que a Lei de Incentivo ao Esporte seja regulamentada em breve, o que nos permitirá injetar novos recursos, vindos da iniciativa privada, no esporte brasileiro. Além disso, buscamos ampliar os recursos destinados para o programa Bolsa-Atleta, para que possamos incentivar ainda mais esportistas a continuar no caminho da busca de vitórias, e identificar novos talentos esportivos nas escolas. Nosso trabalho no Segundo Tempo, programa que oferece a prática esportiva aos estudantes no contraturno da escola, também será ampliado. Vale destacar que diversos atletas da delegação brasileira do Pan tiveram seu primeiro contato com o treinamento esportivo no programa Segundo Tempo.