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Putin pede esforços para restabelecer unidade palestina

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu durante reunião em Moscou nesta terça-feira (31) com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, que a unidade do povo palestino seja restabelecida.

Putin garantiu que apóia o presidente da ANP como “líder legítimo” dos palestinos, mas pediu esforços para restabelecer a unidade nos territórios.


 


“Quero assegurar que a Rússia irá apoiá-lo como líder legítimo do povo palestino. Tenho certeza de que o senhor fará o possível para restabelecer a unidade palestina”, disse Putin, segundo a agência Itar-Tass, ao receber Abbas no Kremlin.


 


Putin ressaltou que a postura de Moscou frente à solução do conflito palestino-israelense não mudou. “Nossa posição não muda. Nós nos pronunciamos de maneira conseqüente pela defesa dos direitos legítimos do povo palestino, incluindo o da criação de um Estado próprio independente”, afirmou o chefe do Kremlin.


 


O presidente da ANP pediu a todos os “Estados amigos” que prestem socorro humanitário ao povo palestino, inclusive na região da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas.



“Sei, e todos sabem muito bem, que o senhor e todo o povo palestino atravessam momentos difíceis”, afirmou Putin.



O líder da ANP disse que a visita a Moscou, iniciada no domingo, tem como cenário “eventos dolorosos, muito complexos”, em alusão à situação em Gaza.



“Atualmente empenhamos todas as nossas forças e fazemos todo o possível para superar as conseqüências dos últimos fatos”, acrescentou.



Em declarações feitas de Damasco à agência russa “Interfax”, o vice-presidente do escritório político do Hamas, Moussa Abu Marzuk, elogiou a visita de Abbas à capital russa.



“A Rússia tem uma postura firme, e esperamos que, como resultado desta visita, a posição de Abu Mazen (Mahmoud Abbas) sofra uma mudança, ou seja, que ele aceite o diálogo com o Hamas”, disse o dirigente do movimento.



Abu Marzuk declarou que o Hamas não questiona a condição de presidente da ANP de Abbas e está disposto a iniciar as negociações ainda hoje.



“É necessário promover conjuntamente a candidatura de um ministro que controle a situação na margem oeste do Rio Jordão e no setor de Gaza”, acrescentou.



No entanto, Abbas disse que o Hamas deve assumir a responsabilidade e pedir perdão pelos crimes que cometeu contra o próprio povo palestino.



O vice-ministro primeiro de Exteriores russo, Andrei Denisov, afirmou hoje que Moscou manterá os contatos com o Hamas em prol do restabelecimento da unidade palestina, mas as autoridades russas não se reunirão com os líderes do movimento.



A Rússia é o único membro do Quarteto para o Oriente Médio – Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU – que mantém contatos com o Hamas.



Às vésperas da visita de Abbas a Moscou, o ministro de Assuntos Exteriores russo, Serguei Lavrov, falou por telefone com o líder do Hamas, Khaled Mashaal.



“Nada impede a cooperação entre os movimentos Fatah, liderado por Abbas, e o Hamas em prol da criação do Estado palestino”, afirmou Mashaal na conversa.



Em entrevista publicada na edição de hoje do jornal “Nezavisimaya Gazeta”, Abbas negou que os contatos de Moscou com o Hamas sejam um obstáculo para as relações da ANP com a Rússia.



“É um assunto da Rússia como Estado soberano”, ressaltou. Ao mesmo tempo, Abbas afirmou que a ANP não mantém “nenhum tipo de relação com o Hamas”.



“Muitos tentam estabelecer contato entre nós, mas não conseguem. Vamos expor à Rússia o nosso ponto de vista sobre a situação”, acrescentou.



O presidente da ANP afirmou estar convencido de que “a divisão e o golpe de Estado em Gaza são um fenômeno transitório”.



A Rússia revelou também que doará 50 carros blindados para as forças de segurança da ANP.



“Ofereceremos a ajuda que o povo palestino considerar necessária e que nossa nação possa bancar, sublinhou Denisov, que esclareceu que a força blindada será para uso das forças de segurança.



“Temos o compromisso de Abbas de que a utilização desses meios será apenas para manter a ordem”, completou.