Professores realizam Caravana pela educação
Professores estaduais iniciam, no final de Agosto, uma caravana pelo interior do Rio Grande do Sul. Eles querem conversar, com a população, sobre as medidas tomadas pelo governo estadual na área de educação. Temas como a falta de professores e funcioná
Publicado 02/08/2007 21:23 | Editado 04/03/2020 17:12
Os professores também divulgam, para a comunidade gaúcha, a pauta de reivindicações da categoria, que será concluída na assembléia realizada nesta sexta (03) em Porto Alegre. A presidente do Cpers Sindicato, Simone Goldschmidt, afirma que é preciso que os professores se mobilizem rapidamente.
“Não há ninguém, de bom senso, que possa concordar com o que a Secretaria da Educação está propondo. No início deste governo já estávamos prevendo o caos que viraria a nossa educação, caso não fossem tomadas providências, como a contratação de professores e funcionários”, diz.
A sindicalista afirma que desde o início do governo de Yeda Crusius, a educação pública vem enfrentando uma de suas piores crises no Rio Grande do Sul. Começou com a falta de professores e funcionários e com o impasse do transporte escolar.
Depois, a governadora trouxe à tona o debate de municipalização do ensino, projeto em que o setor passaria a ser de responsabilidade das prefeituras. E agora, a mais nova polêmica é a junção de turmas, a fim de reduzir os impactos da falta de professores nas salas de aula.
No entanto, Simone alerta, ainda, para um perigo ainda maior: a volta das turmas multiseriadas. Em audiência realizada com o Cpers nesta semana, a secretária de Educação, Mariza Abreu, admitiu que o governo pode juntar séries diferentes em uma mesma turma.
“A Secretaria de Educação tem se movido, não por programas pedagógicos, mas sim pela economia. Nós sabemos que tudo isso tem um preço alto por esse desmando que está sendo feito na área que atende, justamente, os filhos dos trabalhadores nas nossas escolas públicas”, afirma.
A Secretaria de Educação estima que até duas mil turmas podem ser juntadas. A idéia é procurar turmas que tenham menos de 35 estudantes, formando grupos de até 50. A secretária afirma que a decisão respeita o Conselho Estadual de Educação, que prevê a ocupação de 1m20cm quadrados por aluno na sala de aula e, no máximo, 50 estudantes.
Já Simone, do Cpers, diz que a resolução é para ser seguida como um teto e não como base para as salas de aula. A sindicalista prevê que a enturmação traga prejuízos para o ensino público.
“A educação se faz em um processo coletivo, mas é indispensável um atendimento individual para cada aluno. Sabemos que em turmas muito grandes, é muito difícil que os estudantes sejam participantes da construção do conhecimento. Aqueles que têm uma timidez maior, dificilmente conseguirão participar. Imagina 50 adolescentes em uma sala de aula e um único profissional tentando disputar a atenção, frente a internet, revistas, jornais e a diversão fora da sala de aula. Tudo isso, sem recursos”, argumenta.
A caravana dos professores pelo Rio Grande do Sul deve iniciar no dia 20 de Agosto.
Agencia Chasque