Sem categoria

Petrobras investe R$ 2,7 bilhões na área química

A Petrobras anunciou na última sexta-feira (3) a compra da Suzano Petroquímica pelo valor total de R$ 2,7 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões o valor da venda do controle da empresa (ações em poder da Suzano Holding) e R$ 600 milhões em oferta pública de ações

Segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a compra da Suzano se enquadra na estratégia de retorno da estatal aos ativos da petroquímica. “A intenção é acelerar a consolidação do pólo petroquímico do Sudeste, que continua com a atração de sócios privados e com a conclusão do complexo petroquímico do Rio de Janeiro”, disse.



De acordo com Gabrielli, a compra das ações dos controladores da Suzano é apenas o primeiro passo da operação, que terá continuidade com a aquisição das ações ordinárias e preferenciais em circulação no mercado de emissão da Suzano e a oferta pública para cancelamento do registro de companhia aberta da Suzano Petroquímica.



Outros negócios



Além de passar a controlar 76% da Suzano Petroquímica, com a aquisição, a Petrobras também passa a controlar, direta ou indiretamente, a Rio Polímeros S/A (entre 23% e 42%), a Petroquímica União S/A (23%) e a Petroflex S/A (15%), maior produtora de borracha sintética da América Latina. A negociação durou quatro meses. A consolidação efetiva deve se dar em dois meses, segundo o presidente da Petroquisa, José Lima de Andrade Neto.



De acordo com o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a negociação faz parte da estratégia de expansão da estatal no setor que começou no início do ano, com a compra da Ipiranga. “Demos passos no início do ano com a consolidação do Sul. Agora estamos pensando em ser um player global na área petroquímica”.



Consolidação



Para analistas, o negócio é relativamente pequeno em comparação ao tamanho da Petrobras. Porém, a transação dá seqüência ao movimento de fusões e aquisições no setor. A Petrobras é a principal fornecedora de nafta no país, matéria-prima para a indústria petroquímica.



Em março, a própria Petrobras, em parceria com o grupo Ultra e a Braskem, adquiriu os ativos do grupo Ipiranga por cerca de US$ 4 bilhões. Os negócios petroquímicos da Ipiranga ficaram com as duas primeiras compradoras.



Naquele mesmo mês, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a estatal iria intensificar conversas com a Suzano Petroquímica e a Unipar para a criação de um pólo petroquímico no Sudeste, após a consolidação no Sul. O executivo disse ainda que a Petrobras estava conversando “há algum tempo” com a Suzano e a Unipar.
 



A Petrobras praticamente saiu da petroquímica na década de 1990, quando foi iniciada a privatização do setor com a venda de empresas da companhia. Em 2004, a petrolífera anunciou que retomaria investimentos no setor, como parceira.



Fonte: G1