Indústria acomodou-se em junho, mostra pesquisa da CNI
A atividade industrial manteve estabilidade em junho, após três meses de expressivo crescimento, como afirmou o economista Paulo Mol, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao apresentar hoje (7) os indicadores industriais. Embora o número de horas
Publicado 07/08/2007 14:45
Paulo Mol afirmou que as vendas industriais mantiveram-se estáveis em junho, com variação positiva de 0,2% em relação ao mês anterior, apesar da valorização de 2,5% do real frente ao dólar norte-americano. Valorização que no acumulado dos últimos 12 meses terminados em junho chegou a 14,1%, de acordo com o informativo da CNI.
Ele ressaltou, porém, que o aumento das vendas ocorreu de forma desigual, concentrado em apenas cinco dos 19 segmentos pesquisados, com melhores desempenhos em materiais elétricos e de comunicação (0,8%), equipamentos de transportes (0,3%) e metalurgia básica (0,3%). Em contrapartida, alguns setores como calçados e vestuário tiveram quedas expressivas de 10,6% e 15,5%, respectivamente.
O economista informou que houve redução de 0,5% das vendas industriais no segundo trimestre, comparado aos três primeiros meses de 2007. Segundo ele, as vendas caem enquanto as outras variáveis seguem trajetória de expansão, porque “a valorização do real reduz o faturamento das empresas exportadoras, com impacto sobre as vendas totais”.
As vendas tiveram queda expressiva de 4,5% em relação a junho do ano passado, explicada em parte, segundo Paulo Mol, por causa da desvalorização cambial do período e da concentração naquele mês das vendas de equipamentos de transportes. Mas, “foi uma expansão pontual”, de acordo com o economista; o maior impacto realmente foi do câmbio, que “restringiu o crescimento das vendas reais das empresas exportadoras”.
Os números da CNI mostram que a indústria de transformação operou, em média, com 82,2% de utilização da capacidade instalada (UCI) em junho, com redução de 0,4% em relação a maio, mas na comparação com o mesmo mês de 2006 houve aumento de 1,6%.
Paulo Mol revelou, contudo, que “o nível de ocupação vem se reduzindo em relação ao crescimento verificado no início do ano”. Esse diferencial chegou a 2,9% em abril, comparado ao mesmo mês do ano passado; caiu para 1,8% em maio e no mês seguinte para 1,6%. Isso mostra, segundo ele, que “o ritmo de expansão tende a arrefecer-se na medida em que maturam os investimentos de ampliação do parque fabril”.
A pesquisa de indicadores industriais da CNI é feita em grandes e médias empresas de 12 estados.