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Metroviários de SP alertam para clima de revolta e terrorismo

Em uma atitude de retaliação às paralisações dos trabalhadores nos últimos dias 2 e 3, o governo do Estado e o Metrô anunciaram na imprensa a demissão de 61 metroviários nesta terça-feira (7), alegando mau desempenho destes profissionais. Para o Sindic

O sindicato informa ainda que a maioria absoluta dos demitidos possuem mais de 15 anos de serviços prestados à população e, depois da greve dos dias 2 e 3 de agosto, simplesmente deixaram de ser considerados eficientes.


 


Constantemente, pesquisas de opinião pública conferem ao metrô índices de aceitação em torno de 95%, ficando à frente de serviços públicos como dos bombeiros, correios e Poupa Tempo. Esta qualidade está vinculada à dedicação e empenho dos metroviários em prestar o melhor serviço possível à população. Com as medidas arbitrárias da Companhia e do Governo os trabalhadores agora temem pela qualidade dos serviços diante da repressão. 


 


O sindicato e os trabalhadores ficaram chocados com as medidas e já declararam que não aceitam as demissões. Com o objetivo de barrar esta retaliação eles realizarão uma assembléia nesta quarta-feira (08), às 18h30, na sede do Sindicato.


 


Apoio


 


A CUT-SP manifestou repudio pelas demissões em nota oficial, assinada pelo presidente da entidade Edilson de Paula. A nota ''repudia veementemente a decisão autoritária da direção do Metrô e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de demitir 61 funcionários da companhia após a paralisação de dois dias, iniciada na quinta-feira passada (2), por PR (Participação nos Resultados). Embora o governo justifique as dispensas à suposta baixa produtividade, a medida consiste, de fato, em retaliação ao movimento grevista''.


 


Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, três diretores da entidade e três trabalhadores inscritos em chapa para disputar as próximas eleições da entidade foram demitidos. ''Os desligamentos revelam a declarada perseguição à atividade sindical. Além disso, grande parte dos desligados pertence à base da categoria e 30 deles foram demitidos nesta terça (7)'', fala a nota da CUT.


 


A nota da CUT-SP também reforçou a opinião de que as medidas podem refletir negativamente na qualidade dos serviçoes prestados a sociedade.


 


''A CUT-SP espera que a população reflita sobre a forma agressiva como o governo opta por perseguir trabalhadores em vez de dialogar e negociar. Cabe à direção do Metrô e ao governador José Serra reavaliarem a medida extremada e reincorporarem imediatamente todos os desligados ao quadro de funcionários'', conlui.


 


TRT


 


A greve dos metroviários encerrou-se na sexta-feira (3), depois de uma assmbléia em que o movimento grevista avaliou as reivindicações de antecipação da Participação nos Resultados (PR) e contra a proporcionalidade, como também a decisão absurda do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que julgou a greve abusiva.


 


O TRT determinou o pagamento de uma multa de R$ 100 mil por dia parado, acrescido de outra multa de aproximadamente R$ 1,8 milhão, por entender que a categoria deveria ter adiado o movimento e aguardado audiência marcada para (8), conforme proposto na audiência de conciliação realizada em (31).


 


Porém, a maioria dos juízes desconsiderou a proposta da juíza relatora de entrar no mérito das reivindicaççoes dos trabalhaores e rejeitaram discutir e votar o pagamento da PR. O TRT ainda determinou o desconto dos dias parados, passível de compensação.


 


Para os sindicato a decisão do Tribunal não foi justa, uma vez que quase 90% da categoria aderiu o movimento, demonstrando a legitimidade das reivindicações ignoradas pelo Tribunal. ''Quem foi à luta pela garantia de seu direito não pode ser condenado por ninguém. Como sempre, com as exceções dos fura-greve, a categoria deu um exemplo de unidade, garra e mobilização'', diz a nota dos metroviários.


 


Para os trabalahdores, ''as assembléias que lotaram a quadra do Sindicato durante a campanha também deixam a certeza de que fomos forçados a encerrar a greve, mas que a luta contra a proporcionalidade da PR e pela antecipação irá continuar. A empresa e governo do Estado não vão conseguir anular a luta dos metroviários, que saem desta batalha fortalecidos para continuar a guerra'', conclui.