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Nomeação de Xanana Gusmão causa protestos no Timor Leste

Dili, capital do Timor-Leste, foi palco nesta terça-feira (7) de mais protestos violentos contra a decisão do presidente José Ramos Horta de nomear Xanana Gusmão como novo primeiro-ministro do país.

À véspera do ato de juramento, agentes locais e malaios das Forças de Paz da ONU, lideradas pela Austrália, entraram em choque com mais de 100 jovens da Fretilin, que foi excluída do governo, embora tenha vencido as eleições legislativas de julho.



Os militares atiraram gas lacrimogênio para dispersar os manifestantes em um campo de refugiados próximo ao aeroporto de Dili, que incendiaram pneus e lançaram pedras contra os agentes.



O líder da Fretilin, o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, denunciou nesta terça-feira como ilegal e inconstitucional a nomeação do ex-presidente Gusmão, e disse que sua organização não cooperará com a nova administração.



Figura histórica na luta pela independência do pequeno país insular do sudeste asiático, Gusmão — até pouco tempo membro da Fretilin — desejou postular outro mandato executivo e optou por criar um novo partido e apresentar-se às eleições para primeiro-ministro.



Nas eleições do último 30 de junho, nem a Fretilin com 21 deputados, nem o Congresso Nacional para a Reconstrução do Timor Leste (CNRT), de Gusmão, com 19, obtiveram a maioria de postos do parlamento, que é composto por 65 parlamentares.



Gusmão, que recebeu o apoio explícito dos governos da Austrália e dos EUA depois de sua designação, formou então uma coalizão com partidos menores e conseguiu formar uma pequena maioria de 37 deputados.



Após fracassar na tentativa de resolver as divergências e integrar um governo de unidade nacional, o atual presidente Ramos Horta resolveu nomear Gusmão como primeiro-ministro.



Tal decisão foi imediatamente repudiada pela Fretilin, organização que liderou a luta pela independência do país da ocupação indonésia.



Durante protestos violentos na segunda-feira, os manifestantes levantaram barricadas nas ruas de Dili e um escritório da Alfândega foi incendiado.