Japoneses lembram genocídio nuclear em Nagasaki
Com um minuto de silêncio, o soar das sirenes e uma nova lista contendo milhares de nomes de vítimas, a cidade japonesa da Nagasaki relembrou nesta quinta-feira (9) o 62.º aniversário do ataque atômico desferido pelos Estados Unidos.
Publicado 09/08/2007 12:12
Mais de cinco mil pessoas, entre elas vítimas, famílias de sobreviventes, autoridades locais e o primeiro ministro, Shinzo Abe, participaram da cerimônia anual no Parque da Paz da cidade, no sudeste do arquipélago japonês.
Abe depositou uma coroa de flores e reiterou que se apegará à prolongada política do Japão de não proliferação nuclear.
O prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, prometeu seguir com a luta para eliminar as armas nucleares que seu sucessor — Itcho Ito — encabeçou. Taue ocupa o lugar de Ito desde que este foi assassinado em abril por um delinqüente.
“Em lugar do progresso no desarmamento nuclear, estamos enfrentando uma crise em que há risco de quebra da própria estrutura da não proliferação”, afirmou.
Taue sublinhou que o perigo era maior agora que antes, devido ao surgimento “de novos estados com armas nucleares que eleva o perido de que realmente elas sejam utilizadas, assim como a filtragem de tecnologia atômica relacionada”.
Taue prosseguiu falando do ataque atômico americano. ” Na fatídica manhã de 9 de agosto, às 11h02, explodiu a bomba jocosamente apelidade de O Gordo sobre a nossa cidade, lançada por um bombardeiro B-29 americano.
A bomba matou diretamente cerca de 73,8 mil pessoas e feriu cerca de 75 mil. No total, 126,6 mil pessoas faleceram desde então por efeitos da bomba e de suas radiações.
Três dias antes, em 6 de agosto, os americanos lançaram sobre Hiroshima, a 300 quilômetros de Nagasaki, a bomba atômica “little boy” (rapazinho).
Mais de 65 mil edifícios, casas e hospitais e 70 mil pessoas foram volatizadas instantâneamente. Outras 110 mil mulheres, homens e crianças faleceram pouco depois, carbonizadas ou mutiladas. Hiroshima havia sido apagada do mapa.
Nagasaki e Hiroshima estão hoje entre as cidades mais modernas e prósperas do Japão, embora as cicatrizes do genocídio ainda não estejam fechadas.