Lula inaugura a maior usina de etanol na Jamaica

O tema dos biocombustíveis aparece com destaque na viagem de Lula ao México, Nicarágua, Panamá, Honduras e Jamaica – os dois últimos visitados pela primeira vez por um presidente brasileiro. A região, tradicional produtora de cana, é um dos alvos da ofensiva do Brasil visando propagar o etanol e o biodiesel como alternativa energética do século.

Nicarágua não quer etanol de milho

Nem sempre o debate é consensual. Na Nicarágua, quarta-feira (8), Lula ouviu ressalvas de seu velho companheiro, o presidente Daniel Ortega. O líder sandinista, eleito presidente no ano passado,  descartou a produção de etanol a partir do milho e advertiu que mesmo na produção de etanol de cana-de-açúcar é preciso  tomar cuidado com a monocultura e o meio ambiente.

“Temos uma discrepância não com Lula, porque ele produz etanol com cana-de-açúcar, mas com Bush, que saiu com essa proposta de produzir etanol com milho”, disse Ortega, referindo-se aos projetos do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.  “É inadmissível, é um crime você atentar contra um produto básico na alimentação no país”, argumentou.

Lula concordou que a produção de biocombustível deve levar em conta a preservação ambiental, além da segurança alimentar. “Produzir etanol de milho na Nicarágua é como produzir etanol de feijão no Brasil. Ou seja, é impossível”, comentou.

Às 12h45, Lula tem encontro privado com a primeira-ministra jamaicana Portia Simpson Miller, com quem assina atos e declaração à imprensa no hall de entrada do edifício-sede do governo. Na seqüência, almoça com a primeira-ministra. Às 16h30, recebe o líder da oposição no Parlamento, Bruce Golding, no Jamaica Hotel.

Depois, o presidente segue para o Aeroporto Norman Manley, onde embarca para o Panamá, última escala de sua viagem. Lula será homenageado ainda hoje com um jantar pelo presidente do Panamá, Martin Torrijos.