Pinotti pede demissão; novo secretário trabalhou com Paulo Renato

O destino de Pinotti deve ser Brasília, reassumindo o mandato de deputado federal, já que também a administração de seu correligionário Gilberto Kassab não lhe deve dar abrigo.

O inferno astral de Pinotti começou já na criação da secretaria, que foi criticada por diversos setores ligados à educação. Professores, acadêmicos, entidades estudantis temiam quebra de autonomia das universidades, que de fato foi ameaçada pelo governo e resultou na ocupação da reitoria da USP por estudantes. A ação dos estudantes veio em resposta a decretos do governador que quebravam a autonomia orçamentária das universidades públicas estaduais e resultou num recuo do governo, obrigado a editar outro decreto resguardando a autonomia.

“A fase do Pinotti foi curta e desastrada. Em nenhum momento se justificou a criação da secretaria e a separação, inclusive isolando as Fatecs, foi conservadora. Não propôs nada de objetivo para a educação. O ex-secretário Pinotti será lembrado como aquele que tentou quebrar a autonomia universitária e foi impedido pelos estudantes”, avalia Augusto Chagas, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

Em relação ao substituto, o movimento estudantil prefere aguardar os primeiros movimentos para fazer uma anásile, mas ressalva: “a UEE vai aguardar a posse do novo secretário e imediatamente solicitar uma audiência para saber como ele pretende conduzir a gestão. Mas as referências iniciais nos preocupam, já que ele foi vice-reitor de Paulo Renato, publicamente reconhecido como destruidor da educação brasileira”, finaliza Augusto.