Diretora da Anac nega ter incitado empresas aéreas
A assessoria da diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, divulgou nota neste domingo (12) informando que “é totalmente falsa e infundada a afirmação de que tenha havido incitação às empresas aéreas para que desobedecessem ou se
Publicado 12/08/2007 19:07
De acordo com a reportagem do jornal, a diretora da Anac teria incentivado as companhias aéreas a reagir à decisão do governo federal de diminuir o movimento no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, depoisa do acidente de 17 de julho com o Airbus da TAM.
O jornal sustentou, citando participantes de uma reunião no Rio no último dia 26, apesar de ser funcionária de um órgão criado para fiscalizar serviços das empresas aéreas, a diretora incitou as empresas contra a decisão do governo de reduzir o tráfego no Aeroporto de Congonhas, tirando dele o papel de ponto de conexão para a maioria dos vôos do país. Denise, segundo o Estadão, discutiu abertamente com representantes das empresas uma forma de driblar a proibição das conexões em Congonhas.
Segundo a nota da Anac, na reunião “coube à diretora Denise Abreu informar que as diretrizes emanadas pelo Conac terão de ser seguidas pela Anac e que qualquer divergência com as decisões do Conac deveriam ser expostas ao próprio Conac ou ao Ministro da Defesa, Nelson Jobim”.
A nota diz ainda que “as pessoas de bom senso já devem estar perplexas como a imprensa pode ser tão contraditória”. “Uma hora Denise Abreu é tão importante para o Governo Federal que as autoridades se preocupariam em 'blindá-la'. Dias depois, a mesma imprensa diz que Denise Abreu faz oposição ao Governo. Isso apenas evidencia que há uma deliberada tentativa, por motivos ainda velados, de buscar criar um cenário de desestabilização e dificuldades.”
Leia a íntegra da nota da Anac.
“Nota à imprensa – São Paulo urgente”
“Com relação à reportagem Diretora da Anac pressionou contra ordem do governo, publicada em manchete pelo jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, 12, temos a esclarecer, com relação aos acontecimentos envolvendo Denise Abreu, diretora da Anac, Agência Nacional de Aviação Civil:
1. É totalmente falsa e infundada a afirmação de que tenha havido incitação às empresas aéreas para que desobedecessem ou se rebelassem contra as diretrizes do governo.
2. Na reunião ocorrida dia 26 de julho, na sede do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), diante das ponderações sobre interpretações do texto da Resolução nº. 006 do Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil), feitas por representantes das empresas aéreas que compareceram à reunião, coube à diretora Denise Abreu informar que as diretrizes emanadas pelo Conac terão de ser seguidas pela Anac e que qualquer divergência com as decisões do Conac deveriam ser expostas ao próprio Conac ou ao Ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ou, ainda, finalmente, ao Poder Judiciário, foro apropriado para a resolução de divergências jurídicas que foram apontadas na ocasião pelo advogado do Snea, Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, Geraldo Vieira.
3. Conforme informado e ressaltado à reportagem do jornal, e ignorado na publicação, vários presentes, se consultados, podem confirmar os fatos aqui narrados, e oficialmente. Estiveram presentes à reunião, entre outros, o Brigadeiro J. Roberto, do Decea, o presidente do SNEA, José Márcio Mollo, e os diretores da Anac Josef Barat e Coronel Jorge Veloso.
4. A leitura atenta da reportagem do Estado mostra que, retirado o forçado direcionamento contido no texto e no título, os fatos ocorreram exatamente como narrados acima.
5. As pessoas de bom senso já devem estar perplexas como a imprensa, numa mesma semana, pode ser tão contraditória. Uma hora Denise Abreu é tão importante para o Governo Federal que as autoridades se preocupariam em blindá-la. Dias depois, a mesma imprensa diz que Denise Abreu faz oposição ao Governo! Isso apenas evidencia que há uma deliberada tentativa, por motivos ainda velados, de buscar criar um cenário de desestabilização e dificuldades. Será em vão.
6. É um absurdo imaginar que uma servidora pública exemplar como Denise Abreu possa rebelar-se dessa forma contra diretrizes superiores. Sua competência de dezenas de anos na gestão pública, em diversos governos, de diferentes partidos, a credencia para a atividade que exerce e sobre a qual está pronta a prestar todos os esclarecimentos necessários.
São Paulo, 12 de agosto de 2007″