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Iraque enterra mortos na antevéspera da cúpula da crise

Centenas de pessoas enterraram neste domingo (12) o governador e o chefe de polícia de uma província do Iraque, enquanto o primeiro ministro iraquiano,
Nuri al-Maliki, ordenava uma investigação das mortes no que ele chamou de “ato sedicioso”. Siniora

Khalil Jalil Hamza, governador de Qadisiya, e Khalid Hassan, chefe de polícia da mesma província do sul do país, de maioria xiita, foram mortos por uma bomba de beira de estrada no sábado, quando retornavam para Diwaniya, a capital provincial, vindos dos funerais de um xeque tribal. A poolícia iraquiana e soldados rapidamente cercaram o centro da cidade e santuário xiita de Najaf, para onde os corpos foram conduzidos, para serem sepultados.



A polícia anunciou no domingo que prendeu dois homens – o comandante da guarnição que protege a infraestrutura de Diwaniya e seu auxiliar. Acredita-se que eles estavam nas proximidades na hora do ataque.



Presidente culpa combatentes sunitas



Em Bagdá, o gabinete do primeiro ministro lamentou a morte de Hamza e Hassan, anunciando que a investigação do episódio está em curso.



O presidente do Iraque, Jalal Talabani, descreveu oa ataque como “um covarde ato terrorista”, atribuindo-o a combatentes sunitas. Estes teriam sido deslocados pela operação militar em curso com a participação de tropas estadunidenses e iraquianas.



O comunicado de Talabani afirma que “eles cometeram um crime em uma área segura de nosso país, depois de serem cercados e expulsos de Anbar, Diyala e Samarra”.
O general David Petraeus, comandante da tropa americana, e Ryan Crocker, embaixador dos EUA em Bagdá, divulgaram um comunicado conjunto condenando as mortes.



Moradores falam em conflito entre xiitas



No entanto, moradores de Diwaniya comentaram no domingo para a TV Al Jazira que temem uma guerra total entre facções xiitas depois dos assassinatos de sábado. Conforme os moradores, o Siic (sigla em inglês do Conselhi Islâmico Supremo do Iraque) e os partidários de Muqtada al-Sadr, o jovem líder religioso antiamericano, estão se combatendo em um conflito armado conduzido principalmente por meio de assassinatos.



A Organização Badr, braço armado do Siic, controla a polícia, que ataca a milícia de al-Sadr, o Exércido do Mahdi. O sul majoritariamente xiita torna-se cdada vez mais vulnerável às facções, que tratam de controlar a região rica em petróleo.


 


A cúpula da crise



Também neste domingo as autoridades militares de ocupação anunciaram a morte  de cinco dos seus soldados, quatro deles em uma única explosão, durante ações de combate no sulde Bagdá. Os soldados morreram no sábado. Em um outro comunicado, o Pentágono disse que o quinto militar foi morto por uma arma leve, durante uma patrulha no sudeste da capital, também no sábado.

Al-Maliki anunciou no domingo que dentro de dois dias começaria a cúpula longamente esperada entre os líderes do país, para tentar remover o impasse político. A participação na cúpula deve incluir al-Maliki; Talabani; Tareq al-Hashemi, o vice-presidente, um sunita; Massoud Barzani, líder regional curdo, e Abul Aziz al-Hakim, o chefe do Siic. Quase a metade do gabinete de ministros está convocada.
Al-Maliki disse que “o primeiro encontro [da cúpula] pode acontecer amanhã ou depois de amanhã]”.



A debandada no governo



O governo de al-Maliki entrou em crise desde a retirada da principal força sunita  da coalizão, dizendo que cabia ao chefe de governo atraí-los de volta ou achar outros árabes sunitas em sua substituição. Na sequência dos árabes sunitas, os apoiadores de al-Sadr também deixaram o governo, enquanto o bloco laico de Iyad Allawi, que jpa foi primeiro ministroi interino, boicota as reuniões do ministério.



O chefe da Frente de Acordo Iraquiana encaminhou no domingo um desesperado apelo para que os Estados árabes ajudem a deter o que ele chamou de “uma campanha genocida sem precedentes”, acusando milícias armadas, treinadas e controladas pelo Irã.



Adnan al-Dulaimi  disse que “os persas”, ou “safawis“, termos sunitas para os xiitas iranianos, estavam a ponto de assumir o controle total em Bagdá, e logo estariam ameaçando outros governos árabes sunitas. “É uma guerra que começou em Bagdá e eles não a concluirão, mas a expandirão por todas as terras árabes”, disse ele, num e-mail para a agência de notícias AP.