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Bloco de Esquerda: novo líder quer fortalecer união para eleições 2008

O Bloco de Esquerda terá sua primeira reunião sob a direção do novo líder, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), nesta terça-feira (14) em Brasília. O parlamentar entende que o seu desafio como líder será consolidar o bloco, não ape

Segundo o pededista, nos mais de seis meses que o bloco está unido, houve grandes avanços. “Criamos esse bloco basicamente na eleição da Mesa e estamos construindo-o todos os dias. Já conseguimos levar a idéia para as direções dos partidos, lançamos um programa juntos e agora está sendo lançado em diversos estados. Por tudo isso, acho que estamos consolidando o bloco. Minha expectativa é não só ter apenas uma atuação parlamentar, mas levar isso para as eleições 2008 e, se sairmos bem nelas, chegarmos em 2010. Na prática, minha função será conciliar os interesses dos partidos que estão no bloco”.


 


Em São Paulo, o deputado diz que o PDT, PCdoB e PSB têm nomes fortes para disputar a prefeitura e com chances reais. O parlamentar se colocou como pré-candidato do PDT. “Meu nome apareceu razoavelmente bem nas pesquisas. Também encomendamos uma pesquisa a Vox Populi. Nela, minha situação é um pouco melhor do que apresentou a Data Folha. Uma das coisas que temos conversado, mas não combinamos, é que o partido que estiver em melhores condições em disputar as eleições, sai com candidato e os outros tentam fazer todo um esforço para apoiá-lo naquela cidade. Essa é a hora de tentarmos unificar o bloco, com a predisposição de abrir mão da candidatura se o outro estiver melhor”.


 


O deputado falou também sobre a saída da Corrente Sindical Classista da CUT. Paulinho entende que se realmente acontecer o rompimento da CSC, mais de 350 sindicatos sairão da CUT, o que, segundo o parlamentar, enfraquecerá e muito a CUT. “Se realmente acontecer, a Força Sindical tem condições de sair como a maior central sindical do Brasil. Porque a CUT já tem um processo de desgaste no setor público, com o pessoal da igreja, ligado as pastorais operárias. Nesse processo já saiu o pessoal do PSol e do PSTU. Acho que a CUT fica muito enfraquecida nessa situação”.


 


Paulinho fala que, na época em que soube da possibilidade da saída da CSC, convidou alguns membros da central para fazer parte da Força Sindical. “Os companheiros do PCdoB acham que têm condições de criar uma central e legaliza-la com as regras. Isso complica um pouco. Eu acho que muitas centrais sindicais não tem futuro”. Para justificar a afirmação, o parlamentar diz que nos países da Europa existem, na maioria deles, no máximo três centrais. Citou também os Estados Unidos, que tem apenas uma, a AFL-CIO. “O ideal para o Brasil, devido as suas dimensões, são três centrais, mas nós já temos hoje umas 14 ou 15, sendo umas pequenas, claro”.


 


“Tive uma reunião com a CUT essa semana colocando para eles essa preocupação de ter um punhado de centrais”, diz. O dirigente entende que as regras para criação das centrais precisam ser revistas, principalmente porque são muito brandas. Ele finaliza dizendo que isso pode levar a uma pulverização de centrais, tornando-as mais enfraquecidas. “Corre o perigo de elas virarem as antigas confederações, que existem e, na prática, não representam ninguém”.



 


De Brasília
Alberto Marques