Parapan 2007: Cadeiras de rodas dos brasileiros são inferiores
O desempenho dos atletas do basquete em cadeira de rodas não depende apenas das habilidades e do treinamento dos jogadores: ter um bom equipamento faz diferença na hora das manobras e nisso o Brasil está em desvantagem, em relação a muitos países que disp
Publicado 14/08/2007 11:12
O presidente da Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas, Leonardo Mattos, informou que as cadeiras utilizadas pelos canadenses e norte-americanos são bastante superiores: enquanto o equipamento usado pelos brasileiros custa cerca de R$ 2 mil, as cadeiras usadas nos Estados Unidos saem por mais de R$ 10 mil, por serem fabricadas com material mais leve e moderno.
“A seleção brasileira certamente enfrentará seleções de países que utilizam material bem mais sofisticado que o nosso, que torna os equipamentos mais leves, as manobras mais rápidas e, conseqüentemente, o desgaste do atleta é infinitamente menor”, afirmou Mattos. Ele também disse temer que essa diferença influencie no desempenho da seleção brasileira na competição.
A qualidade do material usado pelos atletas norte-americanos, acrescentou, demonstra o investimento e a preocupação dos governos e dos empresários daquele país em construir um mercado voltado para essa área. “Infelizmente, no Brasil ainda não criamos essa concepção de que o deficiente também pode ser um consumidor. Mas acredito que, no devido tempo, vamos conquistar esse espaço”, disse.
A ala Naildes Jesus Mafra, a Naná, jogadora da seleção brasileira, disse ter sentido a diferença durante o jogo de hoje (13) contra o Canadá: “A cadeira delas é de primeira linha. Agora é que a gente está começando com umas cadeiras mais modernas aqui no Brasil, mas a tendência é evoluir, quem sabe no próximo campeonato a gente chega com uma cadeira melhorzinha”.
Já para a armadora Jucilene da Paixão Moraes, conhecida como Batatinha, o potencial da equipe brasileira pode compensar as desvantagens nas cadeiras de rodas: “O nosso material humano não tem diferença nenhuma em relação aos outros”. O técnico do time, Wilson Caju, no entanto, disse acreditar que isso não deve ser levado em conta na hora do jogo. “É a realidade no nosso país, e a gente tem que se adaptar. Se eu for ficar reclamando de implementos, de cadeira de rodas, aí é que eu não vou fazer basquetebol”.
O esporte é um dos mais praticados por atletas com deficiência. A quadra dos jogos não tem adaptações, nem mesmo a altura da tabela. De acordo com a classificação funcional, cada atleta recebe pontos de 1 a 4,5 – quanto maior a deficiência, menor a classe. O número máximo de pontuação dos atletas em quadra não pode ultrapassar 14.
As cadeiras de rodas são especiais, com adaptações e medidas padronizadas. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola.
Nos primeiros jogos do Parapan, o time masculino brasileiro venceu a Venezuela por 100 a 40. Já a equipe feminina perdeu por 72 a 33.