Frente em Defesa da Extensão Rural cobra discurso de campanha
Ao contrário do compromisso assumido durante o segundo turno da campanha eleitoral a governadora do Estado aponta suas ações em direção contrária. A mais bem sucedida extensão rural do Brasil acaba de ser atropelada pelo trator tucano da redução do défici
Publicado 27/08/2007 12:06 | Editado 04/03/2020 17:12
Para denunciar a aplicação da cartilha neoliberal a partir da mudança de gestão da Emater-RS a Frente de Defesa da Extensão Rural realizou grande manifestação nesta quinta-feira 23. O ato público, que denunciou à sociedade a abreviação da agricultura familiar e as mentiras de campanha de Yeda Crusius, se iniciou em frente ao escritório central da Emater-RS e terminou no Palácio Piratini.
Os cerca de 2,5 mil manifestantes revelaram à comunidade gaúcha como o choque de gestão atua na extensão rural. A reestruturação retira R$ 2 milhões do orçamento da Emater-RS, substitui o pagamento da folha integral por hora trabalhada, aplica o famigerado Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, que começa pela demissão de mais de 10% do quadro de funcionários da instituição. São 286 técnicos experientes que devem deixar os pequenos e médios produtores rurais sem assistência técnica de agora em diante. Isso é só o começo.
Assim como em outras áreas da administração pública todo tipo de ação imponderável tem se materializado no governo Yeda. “Não vamos permitir que o governo faça a privatização do Serviço de Extensão Rural. Não vamos permitir que a Emater se torne uma OSCIP ou OS para satisfazer a teoria liberal economicista de meia dúzia de intelectuais paulistas e mineiros”, afirma o coordenador do Semapi, Paulo Mendes.
Segundo o dirigente, no horizonte da governadora é muito caro investir R$ 34,88 por família/mês. “Defendemos uma Extensão Rural pública de qualidade para quem precisa”, observa. Para Mara Feltes, diretora da CUT-RS, reduzir a gestão de instituições do serviço público à capitalização do seu orçamento é desconhecer a sua natureza.
Participaram da atividade deputados, secretários municipais da agricultura de dezenas de municípios gaúchos, entidades e funcionários da Emater-RS. Liderados pela CUT, SEMAPI, ASAE, Senge, SINTARGS, AESR/RS, AGC, Asapas, Via Campesina, MST, Sindiágua e Fetraf-Sul.
CUT-RS