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Megatraficantes de cocaína elegem Brasil como destino

O Brasil tornou-se um dos destinos prediletos de megatraficantes de cocaína. A principal evidência da mudança são as prisões dos colombianos Juan Carlos Ramírez Abadía e Gustavo Durán Bautista num período de 11 dias — o primeiro no último dia 7, o outro,

A lista pode aumentar. A PF e policiais dos Estados Unidos têm indicações de que companheiros de cartel de Abadía podem estar no Brasil. Um dos suspeitos integra o grupo dos cinco traficantes mais procurados pelos EUA.


 


Não há uma única razão para explicar por que os traficantes preferem o Brasil. Mas há um motivo que atravessa todas essas razões: a corrupção. O motivo é apontado por especialistas da Polícia Federal, por juízes federais e procuradores. Segundo eles, é a corrupção que facilita a lavagem de dinheiro em grande escala, o suborno de policiais, a cooptação de laranjas e a compra de bens com dinheiro vivo.


 


As prisões de Abadía, apontado pelos EUA como o maior traficante em atividade do mundo, e Durán Bautista são uma espécie de resumo da ópera das facilidades que o país oferece a traficantes.


 


Abadía comprou uma mansão na Grande São Paulo, casas de praia em Jurerê Internacional, em Florianópolis, e em Angra dos Reis, no sul do Rio de Janeiro, um sítio em Minas Gerais e uma lancha de R$ 2 milhões sempre com dinheiro vivo. Só com imóveis, o traficante teria gasto cerca de R$ 8 milhões, segundo depoimentos de laranjas do traficante.


 


Não eram laranjas quaisquer os de Abadía. Um deles tinha uma loja de jet-ski em São Paulo. O outro era piloto e tinha quatro empresas que o traficante usava para movimentar o dinheiro sujo no país.



Segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog Conversa Afiada, o envolvimento de policiais é de amplo conhecimento.


“O Conversa Afiada teve acesso a brasileiros ligados ao esquema de defesa dos presos na Operação Farrapos” diz. “Operação Farrapos foi aquela em que a Polícia (Republicana) Federal prendeu um dos maiores narcotraficantes do mundo, o colombiano Ramirez Abadía, em São Paulo” continua Paulo Henrique Amorim.



“Como se sabe, Abadía viveu no bem-bom num condomínio de luxo na Grande São Paulo por dois anos. Como já foi divulgado, Abadía deu uma modesta contribuição aos policiais da Delegacia de Combate ao Tráfico de São Paulo, o Denarc, no valor de US$ 800 mil”, diz.


 


“Pessoas que tiveram contato com o grupo de Abadía contaram ao Conversa Afiada que num dos depoimentos informais, Abadía, que canta mais do que sabiá, revelou que no processo de lavagem de dinheiro na compra de uma casa em Angra dos Reis, vai aparecer, mais cedo ou mais tarde, o nome de um deputado federal que tem destaque numa CPI”, informa o jornalista.


 


“Essas mesmas pessoas revelaram ao Conversa Afiada que, numa operação no interior de São Paulo, policiais do Denarc ficaram com medo de que a Polícia (Republicana) Federal quisesse botá-los em cana. E houve uma fuga em massa de policiais do Denarc para o 10 da Grande São Paulo” aponta.


 


“Se o presidente eleito José Serra quiser moralizar a polícia de São Paulo, uma boa pista é ver que policiais do Denarc recentemente preferiram pernoitar em hotéis e não em suas casas…”, diz. 



Segundo esta fonte do Conversa Afiada, “para acabar com o tráfico em São Paulo, basta fechar o Denarc”.


 


Fonte: Conversa Afiada http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/450501-451000/450671/450671_1.html