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Calheiros distribuirá memorial resumindo argumentos de sua defesa

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou hoje que distribuirá, a cada um dos senadores que o julgarão na próxima quarta-feira, um memorial resumindo os fatos que se sucederam desde a representação ajuizada pelo PSOL contra ele. As in

''Eu quero apenas que os senadores entendam e observem o memorial que vou distribuir, que demonstra a verdade, todas as verdades que haverão de preponderar neste processo. Porque a verdade sempre vence'', afirmou Calheiros.


 


Ao chegar no Congresso Nacional, Calheiros disse que não vai aceitar pressões na votação de seu processo. O senador alagoano disse ainda que vai enfrentar a votação de uma maneira tranqüila, como tem feito até agora e que não vai deixar o cargo. ''Vou enfrentar quarta-feira com a mesma tranquilidade que enfrentei esses dias todos. A única coisa que não vou permitir é que haja pressão sobre os senadores. Eles vão decidir livremente, de acordo com suas consciências, de acordo com os autos, e com absoluta tranqüilidade'', assegurou o presidente.


 


A sessão que irá julgar a proposta de cassação do senador será reservada, conforme determina o regimento do Senado.


 


Renan reafirmou que, ao contrário do que a imprensa vem divulgando, não pretende deixar o cargo: ''Fui eleito (presidente do Senado), para cumprir um mandato de dois anos. Só a decisão do plenário encurtará esse mandato, fora disso não há outra hipótese, provei minha inocência nos autos, acho que isso vai preponderar'', disse.


 


As afirmações de Calheiros foram feitas um dia após o Conselho de Ética aprovar relatório de dois adversários políticos de Renan, Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), que pede a cassação do peemedebista por suposta quebra de decoro parlamentar. Os relatores apontaram ''oito motivos'' para o senador perder o mandato, mas não conseguiram provar nenhuma das denúncias feitas contra Renan e, por isso, argumentam que o senador deve ser cassado porque teria ''mentido'' em sua defesa.


 


Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado também aprovou com apenas um voto contrário a constitucionalidade do processo.


 


Lula: direito de defesa


 


Ontem, o presidente Luis Inácio Lula da Silva voltou a defender, junto à rádios de todo o País, que Renan tenha garantido seu direito de defesa. Lula deixou claro que não concorda com a condenação prévia do senador, e afirmou que as acusações contra ele estão sendo tratadas no foro correto, o Congresso Nacional, mas lembrou que é preciso ter respeitados os ritos legais dentro do parlamento.


 


''Muitas vezes as pessoas são condenadas antes de serem julgadas, o que é muito ruim. O Renan, como todo e qualquer cidadão, tem o direito de se defender'', argumentou Lula. O presidente fez questão de ressaltar que o caso Renan não preocupa o governo, uma vez que o senador tem apresentado provas de sua inocência. Lula disse que ''As regras estabelecidas pela sociedade brasileira valeram ontem, valem hoje e valerão amanhã”, e que, “Todos nós estamos subordinados a essas regras que nós mesmos criamos''.


 


Apesar de reconhecer que o foro para o julgamento de Renan é o Congresso Nacional, o presidente Lula deixou transparecer seu interesse em ver resolvido, o mais rápido possível, o caso do aliado, que tem papel fundamental na articulação e aprovação de matérias de importância para o Governo Federal.


 



Renan e aliados do governo tem reafirmado que o que está por trás da pressão contra o senador é a vontade de setores da mídia e da oposição de desgastar a base do governo e, se possível, colocar um oposicionista na presidência do Senado.


 



Da redação,
com agências