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Cientistas discutem projeto para “terra preta de índio”

Termina na sexta-feira (6),  em Manaus, o workshop “Terra Preta de Índio”, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  (Mapa). Cientistas e pesquisadores

Nos dois primeiros dias do encontro, os participantes apresentaram idéias e discutiram o levantamento de propostas. Nesta sexta-feira, último dia do evento, a programação prevê uma visita ao Campo Experimental da Embrapa no Caldeirão, município de Iranduba, onde podem ser observadas várias ocorrências de terras pretas de índio.



O fenômeno das terras pretas, tão comum nas margens dos rios da Amazônia, é característico dos solos mais ricos em nutrientes do mundo. De origem ainda desconhecida, o fenômeno gera discussões por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento (arqueologia, ciência do solo, biodiversidade, antropologia, sensoreamento remoto, entre outros).



Para os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, que estudam a utilização desse solo na produção de alimentos, as terras pretas são provavelmente oriundas da decomposição de animais e outros materiais orgânicos que existiram na região há centenas de anos. Ao ser carbonizado, esse material teria se unido e formado sítios de elevados teores de nutrientes, protegendo o solo da lixiviação, tão comum na região.



De acordo com o especialista  em manejo do solo Wenceslau Teixeira, ainda não existe estudo definido que determine a origem da terra preta, mas já se sabe que são solos de elevado teor de fertilidade e que sua existência decorre da participação direta das populações indígenas amazônicas. O solo possui grande concentração de fósforo, cálcio e outros nutrientes, que são encontrados tanto em espinhas de peixe quanto em cascos de tartaruga e ossos de outros animais.



O evento conta com a participação de pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus), Embrapa Solos (Rio de Janeiro), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu Paraense Emílio Goeldi/Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e das seguintes instituições estrangeiras: Instituto Boliviano de Investigação Florestal (IBIF), Instituto Peruano de Pesquisa na Amazônia (IIAP), da Universidade de Wageningen e do Instituto de Pesquisa dos Países Baixos (Holanda).



Fonte Embrapa