Demissões na Emater chegam a 400 servidores

Já passam de 400 os funcionários da Emater demitidos pelo governo estadual. Os desligamentos, que iniciaram na quinta-feira passada (30), estão sendo realizados por meio de uma carta enviada aos servidores. No final de Agosto, o presidente da instituiç

No entanto, o governo demitiu cem pessoas a mais do que o previsto inicialmente. Além disso, os desligamentos atingem técnicos da área agrícola e de bem estar social. Na avaliação do presidente da Associação dos Servidores da Emater (ASAE), Lírio Zarichta, a medida adotada pelo governo é equivocada, já que prejudica um dos trabalhos mais produtivos entre as estatais gaúchas.


 


 


“No ano passado, o setor primário foi responsável pela recuperação econômica do Rio Grande do Sul. E agora a gente vê que essa política vem na contramão do desenvolvimento do setor. Ela é equivocada porque, se for cortar recursos de setores improdutivos, até concordamos. Agora, cortar recurso em um setor que está dando resultado, que isso tem como provar que a cada R$ 1 investido na extensão rural gera um retorno de mais de R$ 6 em produção, é um grande equívoco que está acontecendo”, diz.


 


 


De acordo com levantamento da ASAE, dos mais de 400 demitidos, 246 são da área técnica, com 196 funcionários atuando diretamente nos trabalhos de campo. Além disso, 142 técnicos têm menos de 55 anos, que é a idade mínima para se aposentar. Todas as regiões do Estado foram atingidas, especialmente Santa Maria e Estrela. Nesta última região, mais de dez municípios ficaram sem técnicos na área agrícola.


 


 


Lírio questiona o argumento dos cortes de verbas empregado pelo governo estadual. O sindicalista aponta que o Estado nunca repassou os R$ 9 milhões mensais para a empresa. Além disso, as demissões não alcançam os R$ 2 milhões que o governo quer cortar com os salários, já que as pessoas desligadas recebiam, em média, R$ 2 mil.


 


 


“Nós não questionamos somente as demissões, mas também o corte de recursos para a extensão rural. Se o governo acha que tem que fazer uma reestruturação de gestão da empresa, concordamos. O que não concordamos é demitir para reduzir os gastos. Isso fragiliza a agricultura”, diz.


 


 


Na próxima quinta (6), os servidores participam de uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa para tratar das demissões na Emater. A empresa atende 252 mil famílias de pequenos agricultores no Rio Grande do Sul.


 


Agência Chasque