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Ministro defende plantio em áreas degradadas da Amazônia

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephane, disse que não é contra a plantação de cana-de-açucar em áreas degradadas da Amazônia e defendeu a inclusão da região nos programas nacionais de biodiesel e etanol. Segundo ele, a imprensa lhe interpretou ma

“O que eu quis dizer é que nós não vamos derrubar árvore na Amazônia para plantar cana, isso precisa ficar claro”, disse o ministro que recebeu nesta quarta-feira (5), no seu gabinete em Brasília, a presidente da Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e o deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA).



Reinhold Stephane confirmou aos parlamentares que vai esclarecer o assunto na audiência pública da comissão que será realizada na próxima quarta. Na ocasião ele quer discutir alternativas para o programa do biodiesel na região.



Estudos que chegaram ao seu conhecimento dão conta, por exemplo, que o plantio de dendê é muito mais rentável e poderia ser feito em área degradas da região. A planta produz entre 5 a 6 mil litros por hectare, superior a mamona (mil litros) e a soja (800 litros). “É uma planta que já vem demonstrando rentabilidade num pedaço da Bahia e parte da Amazônia”, diz o ministro.



Reflorestamento



Para a deputada Vanessa, não restam dúvidas de que o ministro em momento algum quis excluir a região dos programas nacionais de biodiesel e etanol. “Ele inclusive nos propôs uma mudança na legislação para considerar a plantação de dendê nos locais degradados da região como área de reflorestamento, isso por se tratar de uma cultura perene”, disse a parlamentar.



A declaração do ministro contrária a plantação de cana na Amazônia provocou polêmica. Em recente audiência na Comissão da Amazônia, o governador do Amazonas, Eduardo Braga, afirmou que os parlamentares teriam que ter cuidado para que a região não ficasse fora dos programas nacionais de biodiesel e etanol. Considerou que a declaração do ministro foi feita diante da pressão do governo norte-americano que havia declarado que o país desmataria a Amazônia com a plantação de cana.



Braga explicou na ocasião que o Amazonas possui um milhão de hectares de áreas degradadas  identificado pelo monitoramento via satélite. “Estamos elaborando os perfis de projetos. Colocando estes perfis dentro do BNDES para que empreendedores possam discutir a utilização dessas áreas para biodiesel e etanol. Ou seja, o Amazonas está fazendo o dever de casa”, declarou o governador na sessão realizada no dia 8 de agosto.



De Brasília
Iram Alfaia