País entrou no ciclo social-desenvolvimentista, diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, em entrevista à Radiobras, que o Brasil já entrou em um novo ciclo econômico, que ele chama de ''social- desenvolvimentismo''. Segundo Mantega, o país experimenta agora um momento novo, de crescimento vigoros
Publicado 06/09/2007 11:58
''Eu chamo esse novo ciclo de social-desenvolvimentismo porque é um crescimento que ocorre concomitantemente ao aumento da renda da população, aumento do poder aquisitivo e fortalecimento do mercado de massa. É um novo tipo de crescimento que o Brasil nunca trilhou''.
Mantega afirmou que o crescimento econômico será mais próximo de 5% este ano, com a tendência de, nos anos seguintes, ser ainda maior. ''Estamos com crescimento econômico de 5% mas o consumo está crescendo 13%''.
Segundo o ministro, o país hoje tem um mercado de massa, com a entrada de grandes contingentes da população que estão aumentando o seu poder aquisitivo. Além disso, o crédito também está mais barato e mais abundante. ''Isso tudo impulsiona o mercado consumidor brasileiro''.
Dados
Ele citou dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam para um aumento também robusto nos investimentos. ''Estão crescendo especialmente os investimentos dos brasileiros que estão apostando no futuro do país''.
A pesquisa do IBGE referente ao mês de julho mostra um crescimento na produção nacional de bens de capital em 17%, o que significa que as indústrias estão investindo em máquinas e equipamentos para ampliarem a produção. A importação de bens de capital cresce 30% ao ano. ''Tem muita empresa comprando máquinas e equipamentos e fazendo investimentos no país''.
Mantega também chamou atenção para a entrada dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), que este ano vem alcançando recordes. Segundo o Banco Central, até julho os investidores estrangeiros aplicaram diretamente no setor produtivo do país US$ 24,448 bilhões. No período de 12 meses terminados em julho, o IED chegou a US$ 34,159 bilhões, o melhor resultado da história.
''À medida que nos aproximamos do grau de investimento, é possível que haja uma atração maior pelo Brasil e inevitavelmente virão mais investimentos, mas capitais externos que serão canalizados para a geração de empregos, geração de renda e pagamento de tributos''.
Para Mantega, o grau de investimento – nota máxima dada por agências de classificação de risco e que indica se o país é confiável para aplicar recursos – virá no próximo ano.
''Estamos numa trajetória de crescimento sustentado no país, porque é um crescimento sólido, que se faz em cima de fundamentos sólidos que a economia brasileira tem hoje''.