Partidos de esquerda programam homenagens a Che Guevara
Os 40 anos da morte do líder revolucionário Che Guevara vão receber homenagens no parlamento brasileiro. Os partidos de esquerda – PCdoB, PSol, PSB, PT, PDT e PRB – se reuniram, nesta quinta-feira (6), na Liderança do PCdoB na Câmara, para discutir a p
Publicado 06/09/2007 16:11
''O Che é um herói mundial, que nos remete aos ideais de solidariedade, de justiça e transformação social'', disse a deputada Manuela D´Ávila (PCdoB-RS), destacando que ''ele é ainda hoje um ícone para a juventude''.
A proposta discutida na reunião foi de realização de uma sessão solene, que já foi solicitada pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA). A proposta será reforçada pelos líderes dos partidos ao presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), a quem solicitarão também o uso dos meios de comunicação da Casa para veiculação de matérias e reportagens sobre o líder comunista.
Os paridos políticos querem dar visibilidade ao evento e, para isso, contam com o apoio das entidades e movimentos sociais que prometem grande público na sessão. A Frente Parlamentar Brasil-Cuba, coordenada pela deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), também está envolvida nos preparativos e na mobilização do público.
As comemorações prevêem ainda uma exposição de fotos, publicações e documentos sobre o herói da revolução cubana. Para isso, estão sendo feitos contatos com a Embaixada de Cuba no Brasil, que ficará responsável em dispor do material. Também por meio da embaixada cubana, será feito convite para que a filha de Che, Aleixa Guevara, participe da sessão solene. Ela vive atualmente em Cuba.
História de luta
Ernesto Che Guevara de la Serna nasceu em 1928, na cidade de Rosário, Argentina, numa família de classe média alta. Por sofrer ataques de asma, aos 12 anos, mudou com sua família para as serras de Córdoba. Entrou na faculdade de medicina da Universidade de Buenos Aires em 1947. Ainda estudante, em 1952 realizou uma longa jornada pela América do Sul com o amigo Alberto Granado. Chocado com a injustiça social e a pobreza que encontrou ao longo do caminho, Che se identificou com os camponeses e sua ação contra o despotismo dos chefes locais e dos grandes proprietários.
Mais tarde retornou para a Argentina onde terminou seus estudos, depois viajou por países da América Central, por fim se instalou no México, se mantendo como médico e professor. Lá conheceu Raúl Castro, logo em seguida foi apresentado a Fidel Castro, aderindo ao grupo revolucionário cubano.
Em 1956, os revolucionários desembarcaram em Cuba se refugiando na Sierra Maestra, de onde comandaram o exército rebelde na guerrilha que derrubou o governo de Fulgêncio Batista, em 1959.
Nas primícias do novo poder, Che tornou-se embaixador e visitou vários países, entre eles o Brasil, para divulgar os objetivos da revolução cubana e buscar apoio externo. Foi também à África, à Ásia e à Europa. Obteve da URSS colaboração econômica em diversas áreas, que acabou tornando-se fundamental para o novo governo cubano.
Em 1965, Che decide deixar Cuba para se ajudar movimentos revolucionários em outros países. Liderando um pequeno grupo de cubanos, passou alguns meses na África, onde lutou contra a ditadura de Mobutu Joseph Désiré, no atual território da República Democrata do Congo. A guerrilha fracassou e foi dizimada.
Depois de reunir forças novamente, Che Guevara foi para a Bolívia em 1966, com o intuito de organizar a luta armada contra o governo local. Se instalou numa região desértica do sudeste do país. Seu grupo não conseguiu superar o isolamento e terminou cercado por tropas oficiais.
A captura de Che se deu na noite de 8 de outubro de 1967 por soldados bolivianos. Foi assassinado no dia seguinte em uma escola da aldeia La Higuerra. Seu corpo permaneceu desaparecido por 30 anos, quando foi encontrado em 1997 a 50 metros da escola onde morreu.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências