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Renan não fala à imprensa, que só dá voz à oposição

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), absolvido por 40 votos a 35 na votação secreta desta quarta-feira (12), deixou o Congresso sem dar entrevistas. Segundo sua assessoria, Renan foi para a residência oficial, na Península dos Ministros, Lag

O PSDB realizará hoje mesmo uma reunião da bancada para decidir sobre uma política de obstrução da votação por conta da absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que a decisão é da bancada, mas, como líder do partido, adiantou que em princípio não se vota nada no Senado após a decisão.



Ameaça de “recrudescimento”



O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), em suas primeiras declarações não endossou a tática obstrucionista. Proclamou porém que Renan “claramente não tem condições de continuar presidindo a Casa”. Dizendo-se “frustrado”, advertiu que o processo não está encerrado: “Nunca!”, exclamou, agregando que “o clima do Senado é de tensão”.



Outro oposicionista que se adiantou para gozar dos holofotes após a derrota no plenário foi o senador Cristovam Buarque (PDT-DF): “O Brasil hoje é um país sem Senado”, afirmou.



Por sua vez, o líder da Minoria na Câmara, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) fez uma ameaça: “Existe uma tendência de recrudescimento nos próximos julgamentos, mesmo porque a população reagirá mal à absolvição. A sociedade intensificará a pressão sobre os senadores”, afirmou.



Quatro representações à espreita



A oposição, segundo o exemplo da mídia, pretende falar em nome da “sociedade” mesmo depois de ver frustradas as suas últimas tentativas de mobilizar a opinião pública. As duas manifestações do movimento conhecido como “Cansei”, em São Paulo nos dias 29 de julho e 17 de agosto, reuniram respectivamente 3 mil e 2 mil pessoas – apesar da exploração emocional da tragédia do Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas.



O resultado da sessão no plenário teve 40 votos pela absolvição, 35 votos a favor e seis abstenções. Portanto foi arquivado o primeiro processo contra o presidente do Senado, com base em denúncia da revista Veja de 26 de maio, de receber dinheiro de um lobista da construtora Mendes Júnior. Mas existem hoje três outras representações contra Renan Calheiros no Conselho de Ética do Senado, que já redundaram em dois processos.



Da redação, com agências