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Grupo dá US$ 100 mil a quem matar autor de charge anti-Maomé

A organização radical Estado Islâmico do Iraque, liderada pela rede Al Qaeda, ofereceu neste sábado (15) uma recompensa de US$ 100 mil para quem matar o chargista sueco que desenhou o profeta Maomé. A “recompensa” foi anunciada pelo líder do grupo, Abu Om

“Nós, de agora em adiante, encorajamos o derramamento do sangue do desenhista de caricaturas Lars Vilks, que se atreveu a insultar a imagem de nosso profeta”, disse Baghdadi. O dirigente subiu a recompensa para US$ 150 mil se Vilks for “degolado como um cordeiro”. Também anunciou US$ 50 mil para quem matar Nerikes Allehanda, editor do jornal sueco que publicou as caricaturas do profeta Maomé. 


 


A Suécia vive uma situação semelhante à que sofreu a Dinamarca em 2005, devido a um novo caso de caricaturas de Maomé. Os governos paquistanês e iraniano protestaram contra a publicação, no dia 18, de ilustração onde o profeta venerado por todos os muçulmanos surge desenhado com corpo de cão.


 


A imagem surgiu num jornal de Örebro, no centro da Suécia. Em agosto, centenas de muçulmanos se manifestaram em frente à sede da publicação. A direção do jornal recebeu o líder do protesto, mas recusou pedir desculpa. Em paralelo, juntaram-se na rua defensores da liberdade de expressão. Não houve qualquer incidente. O desenho ilustrava um editorial cuja intenção era criticar galerias de arte suecas que se recusaram a exibir trabalhos polêmicos de Lars Vilks, o autor da obra.


 


O Irã reagiu através de um protesto diplomático. O Paquistão comunicou aos representantes suecos que o desenho era “blasfemo” e que “ofendia profundamente os sentimentos religiosos dos muçulmanos”. Para os dirigentes paquistaneses, os europeus confundem cada vez mais a “liberdade de expressão com insulto direto e deliberado a 1,3 mil milhões de muçulmanos”.


 


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Em setembro de 2005, a publicação por um diário dinamarquês, Jyllands-Posten, de uma série de caricaturas do profeta Maomé causou forte comoção em todo o mundo islâmico, com tumultos em vários países e ataques a interesses econômicos e diplomáticos dinamarqueses.


 


A crise durou semanas e provocou discussões em toda a Europa sobre os limites da liberdade de expressão. O Islã proíbe a representação pictórica do profeta. Nesse caso, os muçulmanos podem considerar especialmente insultuoso o fato de Maomé surgir desenhado com corpo de cão — animal considerado impuro.