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MSM convoca plenária para dia 13 e ato contra Rede Globo

Com mais de 700 adesões espalhadas pelos 27 estados do país, o Movimento dos Sem Mídia (MSM), que estreou no dia 15 de setembro com um ato de desagravo à mídia em frente ao jornal Folha de S. Paulo, convocou sua primeira assembléia para o dia 13

Com o objetivo de dar organização ao MSM, fundar o seu núcleo no RJ, preparar o ato pela pluralidade da mídia em frente a Globo e eleger a diretoria do movimento é que os sem mídia se reunirão no dia 13.   


 


“Creio que deixei dúbio um ponto: o MSM será constituído em todo o Brasil e, desde pronto, os militantes de outros estados que têm mantido contato conosco já integram o movimento. No caso do Rio, apesar de a assembléia constitutiva vir a ocorrer em São Paulo, que é onde o movimento tomou corpo e realizou seu primeiro ato, será constituído da mesma forma que aqui, até porque a manifestação mais importante ocorrerá na capital carioca, diante da Globo”, escreveu o ativista em seu blog Cidadania.com.


 


Entre os temas que devem ser discutidos na plenária está a constituição de um estatuto para o movimento. O caminho jurídico a ser adotado deve dar formato ao MSM de ONG, segundo Eduardo.


 


Polêmicas da assembléia


 


A adesão ao MSM de pessoas ligadas a partidos foi outra questão debatida entre os simpatizantes do movimento. “Na minha opinião o MSM não deve discriminar ninguém por ser filiado a partido político. Minha proposta na assembléia será a de que o movimento aceite pessoas ligadas a qualquer partido, mas mantendo o MSM desvinculado de partidos, apenas isso”, explicou o líder.


 


O financiamento do movimento com dinheiro público também foi comentado pelo ativista. “Quero deixar registrada minha opinião de que não deveremos buscar, de maneira nenhuma, dinheiro público. Mesmo que seja legal. Mas isso é assunto para a assembléia”, escreveu Eduardo. Estas e outras propostas deverão ser debatidas e votadas na primeira assembléia do MSM.


 


O local da assembléia ainda não foi definido e o MSM solicita contribuições de seus simpatizantes e filiados para a realização da atividade. Contudo, o último post do blogueiro informou que a tendência é de a atividade ocorrer no auditório da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de São Paulo (Sucesu), no bairro do Itaim Bibi durante todo o dia.


 


Os fundamentos do MSM


 


Depois do grande barulho promovido no dia 15, o MSM vem mostrando que veio para ficar. Nos últimos dias Eduardo Guimarães tem se dedicado exaustivamente a esclarecer o tom do MSM e buscar a sua consolidação.


 


Chamado por diversos veículos alternativos ou não de informação, o ativista tem explicitado qual são as inspirações e a cor ideológica dos sem mídia.


 


Em um de seus textos, Eduardo esclarece que a iniciativa do MSM era uma idéia vaga que nasceu em 1989. A campanha midiática contra Lula e a favor de Collor iniciou um processo de indignação no comerciante que o levou, neste ano, a deixar a paz do “homem anônimo da multidão” para buscar o turbilhão “do ativista pela pluralidade da mídia”.


 


“Só um sentimento incontrolável, avassalador, que me brota de cada poro, que me produz um travo na boca, que me incendeia a cada vez que busco informação poderia me convencer a extrapolar meu papel e meu destino de homem da multidão para exortar os que comungam o mesmo sentimento de revolta inconformada a deixarem o conforto modorrento de suas rotinas para bradarem contra um poder que, cada vez mais, vai se assemelhando à mitológica Hidra de Lerna, a besta de múltiplas cabeças enraizadas no mesmo corpo”, justificou o blogueiro.
 


Eduardo também explicou que o nome para o movimento de “sem mídia” é uma analogia direta ao movimento dos sem terra. “Somos os sem mídia contra o latifúndio midiático dos poderosos e grandes empresários do país”, agregou.     


 


Os MSM e Lula 


 


Para rebater as acusações da mídia tradicional de que o MSM é um movimento petista de defesa do presidente Lula, Eduardo explica que o MSM não tem lado, ele busca a imparcialidade na informação.


 


“Eu quero críticas ao governo Lula, também, mas críticas sérias. E eu não sei mais quantas são sérias e quantas são politicagem. Então, fico impedido de saber o que me interessa sobre esse governo, até para cobrá-lo. Por isso desencadeei esse processo que todos estamos vivendo tão intensamente”, escreveu o líder.


 


Contudo, Eduardo não esconde seu apoio a Lula. “Também quero esclarecer que apóio o governo Lula, até aqui. Mas com ressalvas. Porém, essa é uma situação conjuntural. Até por falta de opção”.


 


Opção esta que Eduardo frisa como antipática aos barões da mídia. “O latifúndio midiático foi longe demais. A catástrofe Fernando Henrique Cardoso foi a última de grande porte que aquele latifúndio gerou, ainda que as pequenas e médias catástrofes continuassem sendo produzidas ou mantidas pelos meios de comunicação. Mas a multidão em que me insiro, finalmente perdeu a vergonha de ansiar por mais do que as migalhas que o vento levava da mesa ao chão e, pela primeira vez em décadas, elegeu um governo sem o ‘selo de qualidade’ dos barões da mídia”, concluiu.


 


Repressão


 


Toda a mobilização iniciada pelo ativista já está cobrando o seu preço. Na semana passada Eduardo foi convidado a se desligar formalmente da empresa que trabalha.


 


“(…) O fato é que, como já vazou para alguns sites na internet, fui questionado pela empresa em que trabalho quanto a meu engajamento na administração deste blog e dos assuntos que ele tem tratado. Expliquei que se trata de um assunto particular e que não via que relação poderia ter com a empresa (…).  Hoje (terça-feira), depois dos últimos acontecimentos, recebi proposta da diretoria de me desligar da empresa formalmente para ‘ter tempo’ de me dedicar ao que chamaram de ‘hobby’(…) Proposta, ultimato, chamem do que quiser. O fato é que, na vida de todos nós, chega um momento em que temos que tomar decisões sérias”, explicou Eduardo.


 


Mas não é só na empresa e com a grande mídia que o ativista resiste em nome de seus ideais. “Surgiu uma chance de voltar a ser dono do meu nariz. A empresa me prometeu continuar bancando minhas viagens e me dar uma ajuda de custo durante algum tempo. No entanto, minha família, sobretudo minha mulher, teme o futuro e desaprova minhas atividades ‘políticas’, que não são políticas coisa nenhuma, pois não sou – e, friso, jamais serei – candidato a nada, a não ser a dono de minha consciência e senhor de meus ideais”, justificou.


 


“E assim, convicto Eduardo segue em sua saga. “Dei minha cara a tapa. Até agora, como prejuízo, já contabilizo a perda de meu emprego formal. Estou disposto a fazer qualquer sacrifício pelo ideal que acalento há tanto tempo, mas não serei manipulado por políticos. Se tiver algum político esfregando as mãos diante do surgimento do MSM, garanto que está ‘viajando’”, concluiu.
 


Veja abaixo quantos são os sem mídia no Brasil


 



 


Para se filiar ao MSM basta postar uma mensagem no blog Cidadania.com (http://edu.guim.blog.uol.com.br) para Eduardo Guimarães.