Bovespa aproveita onda mundial e ultrapassa os 60 mil pontos
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) alcançou nesta quinta-feira (27) o patamar simbólico de 60 mil pontos pela primeira vez na história, acompanhando o dia de forte alta nas principais bolsas de valores do mundo. Às 12h38, o Ibovespa avançava 0,59%,
Publicado 27/09/2007 13:44
Nesta semana, a Bovespa fechou todos os dias em alta, batendo três recordes consecutivos. A valorização em setembro já está em torno de 9%, anulando as perdas registradas durante o período de maior turbulência externa pela crise no setor de crédito norte-americano.
Na Ásia, as principais bolsas de valores bateram recorde, com destaque para as ações do setor financeiro. Na Europa, o dia era de ganhos e a perspectiva era de uma sessão também positiva em Wall Street depois que os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos diminuíram mais que o esperado.
Nesse cenário, a queda do dólar ocorre porque investidores estrangeiros vendem a moeda dos EUA para comprar ações na Bovespa, contribuindo para a depreciação do câmbio. A compra desses papéis acompanha a alta nos mercados internacionais.
A entrada da moeda norte-americana no país, de acordo com agentes de mercado, tem se reforçado nas últimas sessões, acompanhando o alívio global após o corte de juro nos Estados Unidos na semana passada. Até o dia 19, porém, o país registrava saída líquida de dólares.
Inflação
A alta da Bovespa ocorre apesar de o Banco Central do Brasil ter elevado sua previsão de inflação. A estimativa, que era de uma alta de 3,5% nos preços em 2007, passou para 4%. Os números se referem ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), em que o governo se baseia para definir suas metas anuais de inflação (atualmente de 4,5%).
Além disso, o IGP-M, índice muito usado para corrigir preço de aluguéis, acelerou em setembro, registrando alta de 1,29%.
A perspectiva de inflação normalmente tende a levar bancos centrais a não reduzirem, ou mesmo aumentarem, sua taxa básica de juros.
Boas perspectivas do Fed
Os investidores têm estado otimistas nos últimos pregões porque acreditam que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, reduzirá mais a taxa básica de juros. O motivo da aposta é que algumas pesquisas têm divulgados números negativos sobre a economia norte-americana.
Nesta quinta, um dado negativo foi a revisão do PIB do segundo trimestre. O Departamento de Comércio daquele país informou que o crescimento econômico americano no período foi de 3,8%, e não 4%, como havia sido divulgado um mês antes. Atualmente em 4,75% ao ano, a taxa sofreu redução de 0,5 ponto percentual na semana passada, surpreendendo a maioria dos analistas.
Desde então, as Bolsas do mundo aceleraram o ritmo de recuperação da crise que se iniciou no final de julho. No Brasil, o mercado de ações bateu recorde nos últimos três pregões e foi o primeiro da América Latina a repor todas as perdas. Nesse aspecto, ficou à frente também dos EUA.
A divulgação de uma pesquisa indicando queda de 8,3% na venda de casas novas não provocou queda nos mercados, apesar de o setor imobiliário estar no centro da crise financeira iniciada no final de julho.
Da redação, com agências