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Os novelistas comentam maior tolerância a homossexualidade

Leia abaixo o comentário dos novelistas Lauro César Muniz, Silvio de Abreu, Manoel Carlos e Gilberto Braga sobre os resultados da pesquisa Datafolha que indicam a maior tolerência dos brasileiros para com o homossexualismo. Segundo ativistas, as paradas d

Lauro César Muniz


 


A existência de personagens gays em quase todas as novelas das oito nos últimos tempos é uma banalização, sim – mas uma banalização positiva, porque faz adquirir um status de normalidade, acredita Lauro César Muniz. Ele tambem não tem dúvidas sobre o papel desempenhado pelas novelas no aumento da tolerância e defende que os folhetins avancem, assumindo “verdadeira militância” para estender aos gays os mesmos direitos dos héteros. “As novelas têm de passar a reivindicar o pleno direito às relações gays, direito de herança, adoção de crianças, legislação equiparada à dos héteros. Fiz campanha pelo divórcio em Escalada [1975], e a lei foi aprovada.” Ele adianta que pretende fazer “merchandising social” pró-gays em sua próxima obra, prevista para maio. “Tomara que me deixem colocar no ar o primeiro beijo gay.”


 


Silvio de Abreu


 


O criador do jovem casal Sandrinho e Jefferson, na novela A Próxima Vítima (1995), considerado um marco pelo movimento GLBT, foi outro que comemorou o resultado da pesquisa. Abreu conta que, em 1995, recorreu a um “truque” : “Resolvi não fazer nada estereotipado nem revelar que eles eram gays até que já fosse queridos pelo público. A revelação se deu em uma conversa entre Sandrinho e a mãe dele. Ele dizia: ‘Eu não sou assim porque quero, sou porque nasci assim’. Não estou dizendo que isso mudou o mundo, mas colocou-se uma idéia, começou uma nova maneira de ver a questão”.


 


Manoel Carlos


 


Criador de gays em Por Amor (1997), Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006), tem receita parecida. “Eles precisam ser pertinentes, sem forçar a barra nem escandalizar ninguém.”


 


Gilberto Braga


 


Criticado pela falta de intimidade do casal Rodrigo e Tiago, de Paraíso Tropical, resume a dificuldade dos autores, prensados entre a moral do público e as reivindicações do movimento gay. “Precisamos que eles sejam bem aceitos pelo público”. O autor, aliás, viveu recentemente uma situação que poderia migrar para suas tramas. Em uma entrevista, declarou que seu companheiro, com quem vive há mais de 30 anos, não podia ser seu dependente no plano de saúde. Depois disso, o caso foi solucionado pela Globo.


 


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