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Hu Jintao abre 17º Congresso do PC da China nesta segunda

O presidente chinês, Hu Jintao, inaugura segunda-feira (15) o 17º Congresso do Partido Comunista. Os congressos do partido são realizados a cada cinco anos desde 1921. O encontro é a ocasião onde os líderes chineses elegem os mais detacados para as t

Durante o mais importante evento político na China, que reunirá 2.217 delegados no Grande Salão do Povo, em Pequim, deverá ser discutida a agenda do país – assim como suas prioridades – para os próximos cinco anos. O encontro durará uma semana.


 


Hu Jintao


 


Nascido no dia 21 de dezembro de 1942, Jintao chegou ao poder em 2002, após percorrer um extenso caminho na política chinesa. Segundo o especialista em China, Willy Lam, ele “possui um dom incomum para evitar os erros”.


 


Jintao chegou a presidência do páis disposto a modernizar o partido, atacar a corrupção e os problemas sociais.


 


A chegada à política deste descendente de comerciantes de chá da província de Anhui (leste da China) começou na década de 80, através de um filho de Hu Yaobang. Sua entrada no PCC contou com o apoio do então presidente Deng Xiaoping.


 


Em 1982, foi eleito membro suplente do 12º Comité Central do PCC e, em 1987, assumiu a liderança da Liga das Juventudes Comunistas. Ele se tornou, aos 39 anos, o mais jovem membro do PCC.


 


Segundo alguns analistas, a ascensão de Jintao na política é explicada pela sua facilidade de relacionamento com os líderes, além de sua prudência.


 


O atual líder chinês é formado em Engenharia Hidráulica na Universidade Qinghua de Pequim, onde conheceu sua esposa, Liu Yongqing, com que tem um filho e uma filha.


 


Guardião do comunismo


 


Jintao se apresenta ainda como um “guardião do comunismo”, fato comprovado pelo seu primeiro ato político, após sua chegada em 2002, que foi realizado em Xibaio – na província de Hebei, ao norte do país – um dos lugares “sagrados” para o povo chinês.


 


“Os camaradas devem aprender a serem modestos, prudentes, livres de toda arrogância e veemência em sua maneira de trabalhar; os camaradas devem aprender a manter um estilo simples e combativo”, advertiu na época.


 


Jintao tem como carro-chefe de seu programa político a luta contra as desigualdades sociais, mostrando-se próximo do povo e daqueles que não conseguiram aproveitar o grande crescimento econômico do país, principalmente os agricultores.


 


Já no plano ideológico, Jintao busca uma “sociedade harmoniosa”, inspirada nas idéias confucionistas. Desta maneira, “com o Confucionismo, o partido tenta diminuir as contradições sociais”, assinala o francês Jean-Philippe Béja, especialista em China.
 


Congresso do PCCh


 


Segundo o doutorando e mestre em Geografia Humana pela USP, Elias Jabbour, a proposta de inclusão nos estatutos do Partido Comunista da China (PCCh) – ocorrida no último dia 17 de setembro – da idéia de “conceito científico de desenvolvimento”, marcou a conscientização, por parte de seus dirigentes, da necessidade de uma nova forma de se abordar a questão do desenvolvimento.


 


“Mais do que isso, deixa nos anais o principal registro da atual geração dirigente: o enfrentamento das contradições sociais e territoriais decorrentes de quase três décadas ininterruptas de crescimento”, acrescenta Jabbour em seu texto A China e o 'conceito científico de desenvolvimento.


 


O geógrafo ainda afirma que “do ponto de vista ideológico, é bom salientar que tal emenda aos estatutos do PCCh, a ser aprovado no 17° Congresso de outubro próximo, apesar de não conferir ao 'conceito científico de desenvolvimento' o mesmo status do Marxismo-Leninismo, do Pensamento de Mao Tsétung, da Teoria de Deng Xiaoping e das Três Representações, coloca-o em destaque como conseqüência prática das inovações teóricas ocorridas desde o 16° Congresso”.


 


“Assim sendo, da mesma forma como as 'Três Representações' são vistas como um 'importante pensamento', o 'conceito científico de desenvolvimento' é colocado como 'o mais importante objetivo estratégico'”, destaca.


 


O tema promete ser um dos principais no debate sobre os rumos do país para os próximos cinco anos, desafio peincila do 17º Congresso.