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Novo museu francês da imigração esquenta debate político

Os parisienses poderão acompanhar a história da imigração na França em um novo museu a ser inaugurado nesta semana. Mas muitos historiadores e grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que esse tributo à diversidade não parece combinar com a linha-dur

Instalado dentro de um prédio monumental que nos anos 1930 abrigou uma homenagem à colonização, o Centro Nacional sobre a História da Imigração mistura dados estatísticos, mapas e fotografias com os relatos de imigrantes a respeito de suas perigosas jornadas rumo à França.


 


“A França possui uma história que é única na Europa. A França é os Estados Unidos da Europa”, afirmou à Reuters Jacques Toubon, presidente do museu, enquanto operários instalavam mapas gigantescos nos quais aparecem os fluxos migratórios para o território francês e para o resto do mundo.


 


Um imigrante contra imigrantes


 


“Durante o século 19 e até os anos 1950, todos os países europeus eram países que enviavam um grande número de cidadãos para a América, a Austrália e a Nova Zelândia. Eram países de emigração. A França tem sido um país de imigração.”


 


Sarkozy é ele próprio filho de um imigrante húngaro e fez da identidade nacional um tema importante de sua campanha eleitoral neste ano, quando prometeu adotar medidas mais duras no combate à imigração ilegal.


 


O museu, localizado perto do parque Bois de Vincennes, em Paris, abrirá as portas na quarta-feira em uma cerimônia discreta da qual não devem participar nem Sarkozy e nem o ministro francês da Imigração, Brice Hortefeux.


 


Medo de protestos


 


Segundo meios de comunicação, os ministros desejam uma cerimônia de pequenas dimensões com medo de ocorrerem manifestações contra as atuais políticas do governo, que incluem medidas de combate à imigração ilegal e um projeto de lei para permitir testes de DNA a fim de confirmar laços familiares entre estrangeiros.


 


A Liga de Direitos Humanos da França saudou a criação do museu, mas disse que esperava que sua inauguração acontecesse em “um clima político diferente do de hoje, dominado por um controle nos direitos dos estrangeiros…uma 'caça aos estrangeiros' e cotas de expulsão”.