Tribuna de Debates: O que pude observar, nesta longa caminhada de 85 anos (Victor Ribeiro Neto)

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Em nossa concepção, uma instituição político-partidária não pode nem deve ocupar cargos públicos em qualquer nível, apenas para preencher espaço, mas sim com pessoas capacitadas, competentes para gerir bem o serviço público e disponibilizar-se e realizar seu trabalho de forma digna e atender ao cidadão bem sem distinção.


            



 


Não concordamos que o servidor público demonstre preconceito de qualquer espécie com qualquer civil que está ali para ser bem atendido, presume-se que o agente público está ali para receber as pessoas com educação, cortesia e gentileza.


 


             


É necessário que a administração pública priorize a coletividade, pois se isso não acontecer deixa de ser pública e passa a ser privada, tornando-se um compartilhamento estanque para congregar os privilegiados. Quando destacamos a administração pública, nos referimos às funções do poder público em todos os níveis.


 


   


Queremos, aqui, priorizar a saúde, visto a mesma se caracterizar com maior complexidade. Durante 20 anos participado ativamente da política da saúde, através do SUS, podemos verificar essa complexidade, e as dificuldades, que têm como carro-chefe os recursos financeiros , que atingem também com os despreparos, má vontade e a falta de compaixão pelo SUS, e, em muitos casos, o mau gerenciamento.  



 


Nestes vinte anos de SUS fizemos a propaganda da saúde, com rigor temos trabalhado para curar as doenças e seus agravos. Uma unidade de referência, de média e alta complexidade, exige um grande investimento. Nas  unidades de saúde básica , onde se encontra a saúde, é preciso que exista boa vontade, competência , compreensão e amor , muito amor. Sugerimos aos dirigentes dos partidos que convoquem nosso pessoal  da área de saúde e discutam com os mesmo a realidade de onde trabalham, tentando motivá-los e orientá-los para realizarem um bom trabalho, mostrar que, apesar da dificuldade em dar a assistência desejada ao usuário, é preciso compreensão e amor e dessa forma trabalhar para diminuir as demandas repressivas e manter o controle social.  



 


Outra questão que merece destaque é a vocação da comunidade. O Bairro José Walter, por exemplo, possui o maior Centro Social da América do Sul, o qual preparava pessoas com várias especialidades, de lá emergiram vários artistas, da música às artes plásticas – uma vocação natural da comunidade que os administradores, por incompetência ou falta de visão não souberam valorizar durante 12 anos. 



 


Não visamos criticar, mas motivar, na prática do coletivo, para o resgate da verdadeira cidadania. 
 



 


Membro do Comitê Municipal de Fortaleza