Mídia sempre tentou desqualificar parlamento, diz jornalista

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) organizou mais um debate na Câmara dos Deputados. O encontro foi realizado nesta sexta-feira (26) e teve como tema “Por que o parlamento é alvo da Mídia?”. Um dos debatedores, o jornalista e membro do Conselho Edit

Segundo Cartaxo, qualquer lugar que possa expressar e viabilizar a organização da sociedade politicamente organizada, esse lugar é foco de uma grande inquietação das elites. O jornalista avalia que o parlamento, por ser o único lugar de representação institucionalizada da sociedade, “é foco de uma desqualificação permanente para que ele não possa expressar e fazer valer essa vontade da sociedade como política pública”.


 


O jornalista afirma que o parlamento é de uma importância fundamental para o Brasil. Exemplificando com dados, segundo ele desatualizados, Cartaxo diz que são cerca de dez mil pessoas que vem de todo Brasil. “Esse lugar tem que ser muito importante para pessoas de todo o Brasil se deslocarem semanalmente”. Ele fala que nenhum parlamento do mundo é livre como o nosso. “Tamanha é a identidade desse local com a sociedade”.


 


Ele lamenta que a mídia não reflita isso. “Pelo contrário, ela vem refletir os pequenos ou grandes deslizes dos parlamentares que aqui, ou em qualquer parte do mundo, tem”. Como exemplo, ele coloca o caso Renan Calheiros. “Ele deve ser tratado nos termos que a denúncia foi colocada, mas você não precisa demonizar o parlamento por causa disso. Há dois anos atrás, o líder do governo do partido republicano, nos Estados Unidos, foi preso, e foi preso como ladrão, não tem uma linha na imprensa americana tentando demonizar o parlamento. Aquilo foi tratado isoladamente”.


 


Outro palestrante foi o presidente do Sindilegis e consultor legislativo, Magno Mello. O presidente fala que esse debate é sempre importante para se discutir a relação do parlamento com a imprensa. Magno sugere que a imprensa também deve discutir essa relação. “São, para mim, as duas facetas mais importantes de qualquer sistema democrático”.


 


De acordo com Magno, sem parlamento e sem imprensa a democracia não existe, portanto os dois têm que se entender. “É claro que nem um campo nem o outro deve limitar ou influenciar o outro de forma ilegítima, mas de forma legítima é possível a imprensa pautar o parlamento e o parlamento pautar a imprensa”. Ele finalizar acrescentando que “são dois papéis fundamentais que tem que conviver”.


 


De Brasília
Alberto Marques