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Universidade espanhola lança pós em liderança feminina

Mulheres com formação universitária e que estejam desenvolvendo suas carreiras profissionais: esses são os únicos requisitos para cursar o curso de pós-graduação em liderança feminina da Escola Superior de Comércio, parte da Universitat Pompeu Fabra, em B

O curso de pós-graduação, dirigido por Carme García Ribas, promete apresentar às alunas ferramentas como a negociação estratégica, técnicas de comunicação e capacidades diretivas, gestão da reputação, finanças para profissionais não financeiros, voz, saúde e emoções, e psicopatologia das relações profissionais. Na segunda edição, o programa contará com a participação da Fundação Santiago Dexeus, cujos profissionais lecionarão sobre questões de saúde e emocionais. Além disso, a escola está preparando um programa de mestrado na mesma área, com um segundo ciclo, que começaria a ser ministrado em 2008.



Gemma Mumbru, atualmente vereadora pelo distrito de Sant Andreu, em Barcelona, foi uma das alunas do curso de pós-graduação. Era uma pessoa feliz, bem preparada, valorizada profissionalmente e com uma vida familiar rica, mas sentia inquietações. “Eu fiz um mestrado em direito penal, e muitos cursos, todos centrados em minha carreira como advogada. Mas buscava uma preparação mais geral, que servisse para me ensinar como me comunicar melhor e avançar em termos pessoais”, explica.



Foi ao longo do curso que Mumbru, sócia de um bufê e militante do Partido Socialista Catalão há mais de 20 anos, decidiu dar um passo adiante na política. “Eu já havia me candidato a postos mais baixos, no passado, mas nas últimas eleições municipais tive a oportunidade de representar o partido para o conselho municipal, e a aproveitei”, conta.



Como ela, outras 17 mulheres com formações profissionais variadas foram aceitas para a primeira turma do curso de pós-graduação. Entre as alunas havia uma médica, uma secretária executiva, duas empresárias, uma arquiteta, uma diretora de escola privada, uma editora, uma produtora cultural, uma diretora de empresa de treinamento e uma economista. A faixa de idade variava dos 24 aos 58 anos. Todas as participantes tinham vidas profissionais ativas e muitas viviam momentos cruciais em suas carreiras, aqueles em que surgem perguntas como: “Mas isso é tudo? E agora? “Que fazer? Quero continuar avançando? Em que direção?”



Laura Gavaldá, especialista em medicina preventiva e saúde público do Hospital de Bellvitge, se interessou pelo curso porque “em sua proposta vi um modelo de liderança com o qual me identificava, e porque ele me ofereceria ferramentas que me faltavam, como negociação, economia e comunicação”.



Nos últimos meses, sua carreira profissional deu um salto de qualidade: ela está lecionando nas escolas de Medicina e Odontologia da Universidade de Barcelona e foi apontada para a vice-presidência da comissão de doenças infecciosas em seu hospital, um posto reservado aos mais respeitados especialistas. “Fazer o curso me levou a mudar de atitude; perdi o medo de me tornar visível no âmbito profissional, de me destacar, o que é imprescindível para avançar profissionalmente”, argumenta. “Quando fui indicada, alguns companheiros brincaram e me chamaram de Maria Teresa, por conta da primeira-ministra assistente Maria Teresa Fernández de la Vega. Agora, sinto que estou me antecipando aos acontecimentos”.



Para Gavaldá, a pós-graduação pode se provar muito útil para “aquelas mulheres que terminaram por se dar conta de que, para avançar profissionalmente, não basta fazer as coisas bem e trabalhar muito, e é preciso algo mais”.


 


Fonte: La Vanguardia