Movimento Negro organiza Marcha do dia 20 de Novembro

As várias representações presentes na reunião enfatizaram a necessidade de construir uma marcha unitária para comemorar com o povo o dia 20 de Novembro, aniversário da morte de Zumbi e data símbolo da luta do povo negro brasileiro.

O Movimento Negro Gaúcho reuniu-se nesta terça-feira (30) para iniciar a construção da Marcha do dia 20 de Novembro, decidida na etapa de São Paulo do CONNEB (Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil).


 


Foi decidido no encontro batizar o movimento como Marcha Estadual Zumbi dos Palmares contra o Racismo: Reparações Já!


 


A representante do MNU, Emir abordou “a necessidade da unidade em torno de eixos políticos que nos unifiquem, deixando as pequenas diferenças de lado para que possamos, de fato, colocar a nossa cara na rua, dando assim visibilidade política para a luta das negras e negros”.


 


Maria Conceição, representante da Maria Mulher, disse “pareço estar vivendo um sonho, desde o Fórum Social Mundial não mobilizamos o nosso povo, e precisamos colocar nossa luta na rua, através de ações criativas. Temos que ter maturidade para construirmos juntos, com nossas diferenças saudáveis, mas juntos!”.


 


Luiz Mendes, do CECDR/CUT, na mesma linha, argumentou que “é um momento importante de construção, e nós temos que estar construindo esta ação com muita responsabilidade e espírito de unidade porque daqui a alguns meses estaremos recebendo cerca de 600 delegados para a etapa estadual do CONNEB e temos que evitar os problemas de São Paulo e receber bem nossos companheiros”.


 


Pela UNEGRO, falou o companheiro Geovani Machado, que disse estar contente com as falas “porque isto reflete o amadurecimento do Movimento Negro no RS. A Marcha de 20 de Novembro é uma deliberação nacional e precisa ganhar os corações e mentes dos gaúchos e ter caráter estadual. Temos que apontar alguns eixos mínimos consensuais, articular com amplos setores da sociedade civil: estudantes, trabalhadores, movimentos de mulheres, MST, setores institucionais e sermos protagonistas desta Marcha, denunciar o racismo e apontar as saídas já amadurecidas pelo conjunto do movimento negro brasileiro nestes últimos anos”.


 


Alguns eixos foram traçados e serão sistematizados em documentos a serem apresentados para os gaúchos, entre eles, o eixo central será o das reparações que serão desdobrados em temas como as cotas (nos diversos seguimentos); intolerância religiosa, genocídio da juventude negra, titulação das terras quilombolas, emprego, contra aumento de impostos.


 


A organização da marcha está sob responsabilidade das seguintes entidades: UNEGRO, MNU, CECDR/CUT, IACOREQ, Fórum da Juventude Negra, Maria Mulher, Associação Carnavalesca de São Leopoldo, ASSUFRGS, Abraço e SINDIJUS.


 


Uma reunião de trabalho para discutir o tema está marcada para dia 2 de novembro, às 9h, na sede da Abraço, em Porto Alegre. Na ocasião será realizado um levantamento das ações que estão sendo desenhadas nos municípios e pelas organizações para não haver choque de agendas para o dia da Marcha.


 


Isabela Soares