Trabalhadores da Uerj cobram investimentos
Para o Sindicato dos trabalhadores da Uerj o incêndio do dia 30 de setembro não foi uma fatalidade, mas uma tragédia anunciada ao longo dos anos por sucessivos cortes no orçamento da universidade. Os servidores cobram uma política definitiva de invstiment
Publicado 31/10/2007 22:27 | Editado 04/03/2020 17:05
Para o coordenador geral do Sintuperj (Sindicato dos Trabalhadores nas Universidades Públicas do Estado), José Arnaldo, o último incêndio não pode ser tratado como um problema pontual, mas sim como mais uma fatalidade decorrente dos cortes orçamentários da Uerj. De acordo com o coordenador, enquanto o governo não definir uma política de investimento para a educação superior do estado, a comunidade corre riscos e os serviços prestados à sociedade ficam prejudicados.”
Solução é investir
Os trabalhadores querem uma solução definitiva para a Uerj, o que significa recursos para a recuperação das perdas causadas pelo incêndio e fim dos cortes orçamentários (algo em torno de 50% a cada ano, nos últimos oito anos). Para o fim dos cortes, é fundamental a autonomia universitária, com o resgate de uma norma da Constituição estadual que garante 6% da receita tributária líquida para a Uerj.
Segundo o Sintuperj, “as declarações públicas de Alexandre Cardoso, secretário de Ciência e Tecnologia, de que a universidade recebeu neste ano três vezes mais investimentos do que nos últimos 10 anos apresenta uma sutileza para a sociedade civil que pode passar despercebida ou causar uma certa confusão”. Para o Sintuperj, o valor repassado aproximadamente de R$ 800 mil à Uerj não pode ser considerado como investimento porque não apresenta acréscimo do patrimônio da universidade, mas sim, uma recuperação emergencial das instalações físicas da Uerj. Lembramos que a queda de parte da marquise que atingiu as rampas do 12º andar aconteceu em 31 de janeiro de 2006, portanto, há mais de um ano!
“O Sintuperj exige do Sr. Alexandre Cardoso uma agenda positiva para a Uerj e seus trabalhadores. O Governo não pode agir com ações focalizadas e emergenciais e atuando somente quando ocorre algum sinistro. Respeitar a autonomia da universidade é defender a sociedade. O respeito à Uerj, patrimônio público da sociedade do Estado do Rio de Janeiro, é obrigação do Governo”, afirma o Sindicato.