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Chapa da CSC atropela golpe e vence nos metroviários de SP

Acabou o impasse nas eleições do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. As urnas, apuradas de quinta a sexta-feira (2), confirmaram a ampla vitória da Chapa 1 (Unidade Metroviária) — que já havia vencido o primeiro turno em setembro. Com isso, o grup

Num segundo turno com 4.938 eleitores (81,5% da categoria), a Chapa 1 teve 2.576 votos (60% dos válidos). Além da CSC (Corrente Sindical Classista), o grupo recebeu o apoio da Articulação Sindical (tendência petista) e da SSB (Corrente do Sindicalismo Socialista Brasileiro, ligada ao PSB). Já a oposicionista chapa 2, composta por Intersindical (PSOL) e Conlutas (PSTU), não passou dos 1.728 votantes (40%). Também houve 393 votos nulos e 60 em branco.


 


O desgaste da Chapa 2 começou nas eleições em 10 a 14 de setembro, quando perdeu a disputa por 53,38% a 46,62%. Inconformados com a derrota, PSOL e PSTU foram ao tapetão. Apesar de o pleito contar com apenas duas chapas, a oposição conseguiu arrancar um aberrante segundo turno, sob o pretexto de que o desempenho eleitoral da chapa 1 não superou a soma dos votos da Chapa 2 e dos votos brancos e nulos.


 


O segundo turno — na verdade, um outro pleito — foi convocado para 28 de outubro a 1º de novembro. Se levaram a melhor no tapetão, PSOL e PSTU foram aniquilados no novo processo eleitoral e na disputa política. Afinal, o segundo turno, embora desnecessário, ajudou a categoria a diferenciar os projetos das chapas.


 


“Houve possibilidades de um debate maior sobre a forma de fazer sindicato — e nossas propostas ficaram mais claras”, afirma o presidente eleito, Wagner Gomes, metroviário há 28 anos e ex-vice-presidente da CUT. “A vantagem maior do primeiro para o segundo turno acaba legitimando mais ainda a nossa vitória.”


 


Acometida pelo “efeito Alckmin”, a Chapa 2 conseguiu a proeza de obter menos votos no segundo turno do que no primeiro. Conforme o êxito da Chapa 1 na apuração se tornava irreversível, a quadra dos metroviários, na zona leste de São Paulo, foi tomada de grande festa por centenas de metroviários, sindicalistas e lideranças políticas. A comemoração se estendeu pela madrugada.


 


À frente da próxima diretoria — cuja posse está prevista para terça-feira (6) —, Wagner Gomes aponta dois grandes desafios para o sindicato. Primeiro, enfrentar a escalada privatista do governo Serra. “Atravessamos um período de grande ataque às estatais paulistas, algo que exige resistência”. Em segundo lugar, é preciso defender melhores condições de trabalho — “engajar a categoria na luta pela ampliação dos direitos trabalhistas”.


 


De São Paulo,
André Cintra