Artigo: Chávez e o rei da Espanha
O Rei Juan Carlos, da Espanha, é fruto de um regime fascista. Talvez seja por isso que na conferência dos países ibero-americanos, realizada no Chile, ele saiu em defesa do ex-premier espanhol José Maria Aznar, um fascista assumido.
Publicado 12/11/2007 10:52 | Editado 04/03/2020 17:08
O presidente Hugo Chávez, para desespero da mídia reacionária a serviço dos interesses norte-americano, mais uma vez é a grande figura em um encontro de cúpula dos países latino-americanos, é a grande estrela, é quem chama mais a atenção. Com um estilo enérgico no falar, Chávez não poupa os adversários e os que saquearam e assassinaram milhares de indígenas no continente americano. Ele é, hoje, o substituto natural de Fidel na liderança das forças anti-americanas nas Américas, o líder cubano é uma liderança carismática e mesmo sendo enérgico nos seus pronunciamentos é mais diplomático do que Chávez.
A Espanha do Rei Juan Carlos foi uma potência colonial entre os séculos 15 e 19, saqueou o continente americano, levando toneladas de ouro e prata das Américas para a Europa. Os seus soldados dizimaram civilizações. Os incas, os maias e os astecas sofreram um verdadeiro genocídio. A Espanha colonial decaiu com o processo de libertação política das suas colônias, perdendo, em 1889, Cuba, Porto Rico e Filipinas para os Estados Unidos, que a partir do século 19 torna-se uma potência emergente chegando à liderança do mundo capitalista após a Segunda Grande Guerra (1945).
No século 20, precisamente em 1931, o Rei Afonso XIII, avô de Juan Carlos, é deposto e a República é proclamada na Espanha. Após a proclamação da República, a Frente Popular, aliança entre comunistas e republicanos, nas eleições de 1936, para desespero da direita, ganha as eleições.
Não aceitando a vontade popular, a direita, comandada pelo general Franco e com o apoio de Hitler, Mussolini, da oligarquia rural e da Igreja Católica, que é a mais reacionária da Europa, inicia um verdadeiro massacre contra as forças democráticas, eleita pelo povo. É o campo experimental dos nazistas para os embates da Segunda Grande Guerra, mais ou menos 1 milhão de pessoas morrem nesse conflito. Os mais perseguidos foram os comunistas, maçons e judeus.
Com a vitória, Franco impõem uma violenta ditadura, manda fuzilar os seus adversários, entre eles o poeta Frederico Garcia Lorca. É baseado no massacre efetuado pelo exército franquista e pela aviação nazista que Pablo Picasso imortaliza a cidade destruída de Guernica, prova da sanha sanguinária do fascismo, do nazismo e dos seus lacaios.
Em 1947, Franco restaura a monarquia se auto-nomeando regente vitalício. Fosse em um país africano o ditador seria ridicularizado, mas era na Espanha, um país europeu, católico, dos mais tradicionais, berço da seita católica Opus Dei, seita essa fundada exatamente durante o regime franquista.
Já senil, o velho caudilho espanhol, em 1969, nomeia o príncipe Juan Carlos, neto do Rei Afonso XIII, seu sucessor. Juan Carlos é exatamente esse que mandou Chávez calar-se. Ora, será que ele pensa que a Venezuela ainda é uma colônia espanhola, que Chávez é seu súdito? Qual a autoridade dessas monarquias européias para falar em democracia? São uns verdadeiros parasitas vivendo da miséria, da fome e da exploração dos países periféricos.
Quem deve calar-se é o rei Juan Carlos, herdeiro de um bandido, herdeiro de uma dinastia de exploradores da miséria de civilizações inteiras, herdeiro da prática de genocídios, saques, roubalheiras, contra povos indefesos, sempre usando o nome de Deus como justificativa para suas perversidades.
O Presidente Hugo Chávez está fazendo uma revolução no seu país. Antes a riqueza do petróleo venezuelano não pertencia ao povo, a corrupção era generalizada, poucos usufruíam dessa riqueza, quem mandava era as oligarquias, era o governo de uma minoria explorando e levando a um estado de miséria a grande maioria do povo. A mídia calada, não dizia nada, não denunciava. Hoje, a riqueza pertence ao povo. O presidente Chávez faz uma proposta, justa, de que os países produtores de petróleo das Américas ajudem aos países que não produzem. É um novo tempo, é um novo estilo, desagrada, irrita os donos do mundo. Chávez é um grande presidente, claro que desagrada ao Tio San, portanto, a grande mídia.
Antonio Capistrano é dirigente do PCdoB.