Estudantes defendem mudanças no Enade

A União Nacional dos Estudantes (UNE) e demais diretórios acadêmicos e organizações estudantis apoiaram, neste domingo (11), o boicote ao Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade). No Rio Grande do Sul, a avaliação ocorreu em 46 municípios, env

Em Porto Alegre, estudantes contrários ao Enade se concentraram em escolas tradicionais, como o Instituto de Educação e o Colégio Júlio de Castilhos, para distribuir panfletos e adesivos críticos ao exame. Quem aderiu ao boicote, entregou a prova assinada em branco. A presidente da União Nacional dos Estudantes, Lucia Stumpf, afirma que não basta somente o governo federal fazer uma prova para comprovar a falta de qualidade nas universidades brasileiras.


 


“Para o estudante, é uma avaliação pela metade. A UNE exige que seja feita uma avaliação interna e externa das universidades para que a gente possa diagnosticar o problema e não só apontar que o estudante tem uma má formação. Com esses instrumentos, dizer porque o estudante não está saindo bem formado do seu curso, se é por falta de infra-estrutura, etc”, afirma.


 


O Enade substituiu o Exame Nacional de Cursos, conhecido como Provão. Criado em 1996 pelo então ministro da Educação, Paulo Renato Souza, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o exame foi arduamente criticado até o fim da sua aplicação, em 2003. Professores e estudantes condenavam a prova em si, que era grande, cansativa e muitas vezes abordava conteúdos que não estavam no cotidiano do profissional recém-formado. O Provão também criava um ranking entre as universidades, pelo qual o governo federal disponibilizava mais recursos públicos para as instituições melhor colocadas. Assim, as universidades públicas que tinham mais deficiências não conseguiam se recuperar. Para as particulares, as notas no Provão serviam de propaganda a fim de angariar mais estudantes.


 


A mudança no sistema do Provão era uma reivindicação das comunidades acadêmicas, que foram chamadas a construir a nova avaliação no início do governo Lula. No entanto, a principal reivindicação, que era de que o exame servisse para diagnosticar onde estavam os problemas do ensino superior a fim de melhorá-los, não foi atendido, segundo os professores e estudantes.


 


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