Messias Pontes: Mega derrota dos neoliberais brasileiros

O anúncio feito na última quinta-feira 8 pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, da descoberta de um mega poço de óleo e gás no campo de Tupi, na Bacia de Santos, leva o Brasil, inexoravelmente, à OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróle


Atualmente, o Brasil é o 24º produtor mundial de petróleo e gás, passando a 10º tão logo comece a exploração do mega poço, entre 2010 e 2011, atingindo a fase de comercialização por volta de 2013 ou 2014. Muita surpresa positiva poderá ocorrer ainda este ano, dado que há grande possibilidade de haver reservas gigantes em toda a extensão da camada de sal. O certo é que seremos exportadores de petróleo e deixaremos de depender do gás boliviano. 


 



 


Esta auspiciosa notícia só pôde ser dada aos brasileiros porque o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu dar um basta na política entreguista e de desmonte do Estado adotada por seus antecessores tucano-pefelistas. O Coisa Ruim bem que tentou, mas não conseguiu entregar a Petrobrás a preço de banana como fez com a Companhia Vale do Rio Doce e outras empresas valiosa e estratégicas. Ele conseguiu acabar com o monopólio estatal do petróleo, mas deixou o governo frustrado por não ter entregue a estatal. 


 



 


Se vivo fosse, o jornalista e escritor Gondin da Fonseca, autor do livro Que sabe você sobre Petróleo?, certamente estaria vibrando como nenhum outro brasileiro. E estaria rindo da cara dos neoliberais tucano-pefelistas, de todos os entreguistas e muito especialmente dos jornalistas amestrados de ontem e de hoje. Os de ontem recebiam dinheiro da Standard Oil para negar a existência de petróleo em solo brasileiro e se posicionar contra o monopólio estatal do petróleo e a campanha do Petróleo é Nosso.


 


 


Os amestrados e venais de hoje ocupam seus espaços nos veículos em que atuam – rádio, jornal, revista e televisão – para defender a privatização da Petrobrás. Alguns chamam-na de Petrossauro. Chamavam, pois agora não terão coragem para tal. E muitos brasileiros que ainda se pautam pela panfletária Veja, pela Rede Globo e afins, certamente estão mudando de idéia e percebendo a necessidade imperiosa de uma empresa estratégica no campo da energia como a Petrobrás. Felizmente toda a direita e o seu maior partido, a mídia conservadora, venal e golpista, não merecem mais credibilidade. Só uma minoria ainda, de boa fé, se deixa enganar. 


 



 


Sobre o papel nefasto da mídia conservadora, venal e golpista de sempre, vale lembrar o que diz Gondin da Fonseca recriminado o então presidente da Petrobrás por chamar de maus brasileiros os que não acreditavam no potencial nacional, depois da inauguração da refinaria de Cubatão, em 1954:..“Milhares de brasileiros que foram neutros diante da campanha pró-monopólio estatal do petróleo, ou que lutaram contra a Petrobrás, ignoravam simplesmente o problema ou foram transviados pela imprensa, quase toda subsidiada vastamente pela Standard Oil. Não eram e não são maus patriotas”. 


 



 


Mas os entreguistas e neoliberais de todas as matizes, e seus colunistas amestrados, vão tentar tirar de pauta a principal notícia na área energética dos últimos anos. Vão procurar “mostrar” que talvez não valha a pena a exploração dessa mega reserva de petróleo leve e gás,  por se encontrar em profundidade superior a seis mil metros; dirão também, e já começaram a dizer, que só é viável economicamente a sua exploração se o preço internacional do barril permanecer próximo aos US$ 100. 


 



 


Para os maus brasileiros, o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, dá uma péssima notícia: “No nosso plano estratégico, o valor usado é de US$ 35 o barril para gerar valor presente líquido positivo”. E diz ainda, para desespero dos neoliberais e entreguistas antigos e novos, e dos amestrados que recebiam dinheiro da Standard Oil e dos que hoje recebem de outras fontes, “que não faltarão verbas para explorar o novo campo”. 


 



 


Os neoliberais de todos os matizes estão com a sensação de derrotados diante da insofismável constatação de que nem toda empresa estatal é ineficaz, deficitária e antro de corrupção como eles apregoam. Se por infelicidade a Petrobrás tivesse sido entregue ao grande capital nacional ou estrangeiro, certamente não teria investido tanto em pesquisa como tem feito a estatal. Nem crescido tanto! 


 



 


Com a derrota nas urnas dos neoliberais tucanos, pefelistas e afins, o Brasil chegou à auto-suficiência em petróleo, e muito em breve seremos também em gás natural. E num futuro muito próximo, seremos exportadores dos dois produtos. Os ventos sopram a nosso favor! 
 
 
 
 
 
 
 
Messias Pontes é jornalista