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Bancos garantem recursos para Amazônia, mas faltam projetos

Recursos tem, o que falta são bons projetos, capacidade de gerenciar recursos e contrapartida dos empreendedores. A conclusão é dos palestrantes que participaram da discussão sobre financiamento de projetos para a Amazônia, nesta quinta-feira (22), no

De acordo com Abidias Júnior, o banco financia hoje 284 mil projetos, com investimentos de R$8,7 bilhões. Para 2008, os investimentos previstos são de R$3,8 bilhões.



Ele disse ainda que uma das preocupações da instituição diz respeito desenvolvimento social da Amazônia. “Atualmente, 92% dos contratos do banco são relativos à agricultura familiar, o que representa 35% de todo o montante de recursos aplicados”, destacou.



A representante da Caixa Econômica Federal, Márcia Kumer, que também participou do debate, confirmou as palavras de Abidias Júnior. Segundo ela, o problema da liberação de verbas no Brasil não é falta de recursos para investimentos, mas a dificuldade de acesso a eles. A maioria dos municípios não têm capacidade de gerenciar recursos.



Márcia Kumer informou que, no ano passado, a Caixa liberou R$140 bilhões para investimentos em todo o País. Para este ano, a previsão de liberação é de R$160 bilhões. “Para termos uma idéia do que significam esses volumes, os recursos liberados em 2002 eram de R$57 bilhões”, comparou.



Em relação à Amazônia, Kumer afirmou que, dos R$30 bilhões previsto para este ano para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$3,17 bilhões serão destinados à região Norte. “A preocupação agora é fazer com que esse dinheiro chegue às comunidades”, afirmou. Para tanto, a Caixa criou um sistema de assistência técnica para ensinar como gerenciar recursos.



O representante do Banco do Brasil, Paulo Odair Pointezin Frazão, também apresentou números significativos de crédito do banco para a Amazônia. Este ano, foram R$14 bilhões, sendo a maior parte destinada à agricultura familiar. Existem na Amazônia 704 projetos com investimentos do banco, que beneficiam 75 mil famílias.



Zona Franca



A Zona Franca de Manaus é o maior gerador de investimento e de geração de renda para a Amazônia Ocidental – região criada pelo Decreto-Lei de 1968, formada pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.



Segundo o representante da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), José Alberto Costa Machado, o fato se deve não só aos investimentos diretos, mas também aos empregos criados e aos valores movimentados. Segundo ele, o poder de compra dos moradores de Manaus é de R$3,5 bilhões por ano, o que viabiliza as atividades econômicas de toda a região, acrescentando que, de 2002 a 2006, a Suframa investiu R$450 milhões na Amazônia Ocidental.



Baixo número



Ao contrário dos demais palestrantes, o presidente da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Djalma Bezerra de Melo, apresentou números mais reduzidos. Nos últimos três anos, a instituição aprovou R$700 milhões em linhas de crédito, mas somente R$142,5 milhões foram liberados. No mesmo, dos 98 pedidos de crédito, apenas 17 foram aprovados



Segundo o presidente, o baixo número deve-se à exigência de que o empreendedor comprove capacidade de arcar com 20% do investimento. A Sudam financia entre 60% e 80% de projetos de ampliação, modernização e diversificação de atividades privadas da região Norte.



O evento prossegue até amanhã com a participação de deputados, senadores, ministros, empresários e ambientalistas para discutir o desenvolvimento sustentável da região e as ameaças que atingem a maior floresta tropical do planeta.



De Brasília
Com Agência Câmara