Eliana Gomes: Mulheres? Presente!

A violência é uma das mais inaceitáveis formas de violação aos direitos das mulheres. A ameaça, a tortura psicológica, a lesão corporal, o estupro, a destruição de seu patrimônio material são maneiras que discriminam a mulher em sua condição de cidadã, tr

Infelizmente, os índices têm revelado que ainda há muito o que fazer, apesar da luta cotidiana dos movimentos de mulheres, feministas e dos setores mais progressistas de nossa sociedade. No mundo inteiro, a cada cem pessoas que vivem em condição de miséria absoluta, 70 são mulheres. A cada 15 segundos, em algum lugar do mundo, uma mulher sofre violência física. Ainda somos a maioria dos analfabetos (as). Quando ocupamos os mesmos cargos e funções que os homens, nossa remuneração continua sendo inferior. Além disso, somos alvo de más condições de trabalho e de assédio moral, principalmente, nos setores econômicos onde a predominância da mão-de-obra é feminina. Ocupamos menos vagas nos diversos espaços de decisão, inclusive, nas casas legislativas, nos poderes executivo e judiciário.


 


 


Os números de assassinato de mulheres ainda alcançam patamares alarmantes. Só em nosso Ceará, seis mulheres foram mortas por seus entes mais próximos no último mês de outubro. A Lei Maria da Penha, em vigor há mais de um ano, é uma peça jurídica de suma importância, fruto de um intenso debate com a sociedade. As mulheres são as que mais sofrem as consequências de um Estado construído de costas para elas. Por exemplo, a inexistência de políticas e equipamentos públicos em educação, saúde, esporte, lazer, cultura gera um custo social muito alto para nossa jornada de trabalho. A gestão Fortaleza Bela vem fazendo um esforço contínuo para saldar tamanha dívida. Hoje, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, faz um recorte de gênero em suas ações, reconhecendo que podemos medir uma cidade mais justa e democrática a partir do acesso que as mulheres têm a esta cidade.


 


 


Durante toda minha vida, venho lutando ao lado dos movimentos comunitários e de feministas por moradia digna, saneamento, escola e creche perto de casa, pelo posto de saúde com condições de nos receber com dignidade. Temos o direito, portanto, de ter cidades mais justas e democráticas, com a participação efetiva das mulheres. Assim, neste 25 de novembro, precisamos unir nossos braços, mentes e corações à procura de soluções que nos levem à conquista de uma vida melhor, sem violência e com dignidade. Digamos, então, em todas as cores, credos e línguas: Mulheres? Presente!


 


Eliana Gomes, Líder do PCdoB na Câmara Municipal de Fortaleza