APLB-Sindicato confirma tendência e também sai da CUT
Dezessete assembléias realizadas entre os dias 20 e 22 de novembro, em diversas regiões do da Bahia,
Publicado 26/11/2007 14:52 | Editado 04/03/2020 16:21
A assembléia na capital e as 16 no interior confirmaram uma tendência nacional, a insatisfação dos sindicatos com rumos tomados pela CUT. Em todo o Brasil, mais de 500 sindicatos votaram pela sua retirada da CUT e passaram a engrossar as fileiras de outras entidades, como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que será fundada oficialmente em dezembro, durante congresso em Belo Horizonte.
A saída da CUT se deve a discordâncias em relação às ações da Articulação Sindical, corrente ligada ao PT que atualmente exerce uma hegemonia dentro da Central Única dos Trabalhadores. As principais críticas que recaem sobre a Articulação tratam de uma suposta falta de autonomia em relação ao governo. “Há um descontentamento do movimento social em relação à CUT, que vem assumindo um papel de defesa do governo ao invés da defesa dos interesses dos trabalhadores”, afirma Rui Oliveira, presidente da APLB.
Além da falta de autonomia, a gestão interna da CUT também tem sido um outro problema, já que outras correntes não vêem com bons olhos as posturas adotadas pela Articulação. “O que ocorre é o domínio de uma única linha de pensamento, não há democracia na CUT”, ressalta Oliveira. Outro ponto de divergência é maneira como Central vem agindo em prol dos seus objetivos. “Há um distanciamento das bases e uma tendência a privilegiar a negociação em detrimento das lutas”, afirma Adílson Araújo, ex-tesoureiro da CUT-BA. As desfiliações da CUT e o fortalecimento de outras entidades vêm alterando o cenário do movimento pelos direitos dos trabalhadores no Brasil, o que deve se intensificar com a proximidade das eleições do ano que vem.
De Salvador,
Rodrigo Rangel Jr.