Pluricidade 2007 reflete sobre a diversidade da população

Aberto oficialmente com a presença do prefeito João Coser e diversas autoridades no auditório lotado da Prefeitura na segunda-feira (19) o evento foi prestigiado por diversas autoridades locais e personalidades, além de integrantes da Banda de Congo Amores da Lua. Na ocasião, foi lançado o livro “Mulheres Negras do Brasil”, de Schuma Schumaher  e Érico Vital Brazil.

Entre os homenageados estão profissionais das áreas de saúde e educação,  militantes do movimento feminista e representantes de movimentos sociais, todos engajados na luta pela igualdade de direitos e o respeito às diferenças.

Confira o perfil dos homenageados pela Semcid no Pluricidade 2007:

João Batista Gagno Intra – cirurgião dentista, Doutor em Endodontia pela UFRJ e vice-presidente da Associação Brasileira de Odontologia – seção ES. João Batista sempre foi sensível às questões da saúde da população negra. À frente da Secretaria Executiva do Conselho Municipal de Saúde de Vitória, vem buscando implementar políticas públicas de saúde que assistam à população negra em doenças que os atinjam especificamente.

Yasmim Poltronieri Neves – pedagoga da rede estadual e municipal de educação de Vitória, mestre em educação pela UFES. Militante ativa do movimento negro busca valorizar, difundir, divulgar e resgatar a cultura afrobrasileira promovendo a reflexão e a compreensão acerca da história do negro na sociedade brasileira.

Leonor Araújo(PCdoB) – professora de História da Universidade Federal do Espírito Santo e atualmente atuando na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade- MEC/DF, atuou durante alguns anos como coordenadora do projeto Conexões de Saberes,  programa de ação afirmativa da UFES, onde sempre defendeu as políticas de inclusão social da população negra.

Ana Maria Caraconche – ex-desaparecida e torturada pelo Regime Militar, com duas crianças desaparecidas e restituídas junto à organização Avós da Praça de Maio, começou sua militância em Direitos Humanos no Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra. Atualmente participa do Centro de Apoio aos Direitos Humanos e do Comitê contra a Tortura, Tratamentos Cruéis e Degradantes. Coordena o Núcleo de Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Justiça e gerencia o Programa de Melhorias na Gestão Penitenciária, com o objetivo de humanização dos presídios.

Clotilde Frota Cosme – Assistente Social,  militante de Direitos Humanos em diversas frentes. Com participação ativa na Associação de Moradores do Parque Moscoso desde 1991, já ocupou os cargos de Coordenadora de Ação Social e de Presidente.

Edson Ferreira (Edna  Mara) – Nascido em São Mateus, descendente de família remanescente de Quilombo, mudou-se para a Cidade de Vitória em 1970. Em 1974 tornou-se a primeira travesti negra a conseguir destaque no Carnaval de Vitória, passando a ser conhecida como Edna Mara Capeta.

Maria Cristina Rossi (Talita) – homenagem póstuma  , ex-funcionária pública, onde também exerceu a atividade de escuta e análise de vários munícipes da Serra e no final do ano seria mais uma “Promotora de Cidadania” de Vitória. Deixou-nos no dia 28 de outubro deste ano, com muita saudade, mas com a certeza de que sua luta por um mundo melhor, parecido com o Ade que nos apresenta em livro, possa ser construído para o bem de todos.   Maria Cristina Rossi, ou Talita como era mais conhecida, era a menina deitada, toda azul, com lindos cabelos macios, cacheados e cor-de-rosa e com suas anteninhas douradas que tudo captava. Essa é a forma que ela se enxergava e como se descrevia em seu livro autobiográfico que se chamava “ A História de Nita que era diferente ”. Na linda história contada no livro, ela nos fala um pouco de sua história de pessoa diferente por conta da deficiência física.

Schuma Schumaher – ex militante feminista no final da década de 1970. Nesse período, Schumaher conheceu o Centro da Mulher Brasileira, primeira organização feminista da qual fez parte. Mais tarde ajudou a fundar o primeiro SOS Mulher do País, que atendia mulheres vítimas de violência. O trabalho desse grupo inspirou a criação das delegacias especializadas no atendimento às mulheres. Seu último trabalho, Mulheres Negras do Brasil , realizado em parceria com Érico Vital Brasil, mostra a participação das africanas e afrodescendentes na formação e desenvolvimento do país. Atualmente, atua na Articulação das Mulheres Brasileiras.

Antônia de Oliveira Campos – médica ginecologista. Marcou a sua história com uma das únicas médicas negras em Vitória a atender as mulheres negras sem qualquer tipo de discriminação, meninas adolescentes grávidas, mulheres vítimas de violência e segmento GLBT. Hoje atua na Gerência de Gênero com os projetos de empoderamento da mulher e ainda faz atendimento, orientação e escuta a todas e todas servidores da Semcid que a procuram.

Graciete de Souza – Liderança do movimento de mulheres.  Professora, mãe de 3 filhos, divorciada e chefe de família. Aos 16 anos começou sua vida comunitária na Comunidade Eclesial de Base, ao lado do saudoso Padre Gianni. Depois não deu mais para parar, atuando como secretária do movimento comunitário de São Pedro I, II e IV, Garota do Horóscopo na Rádio Popular de São Pedro, membro da CDDH de São Pedro, Conselho Popular de Vitória, Movimento das Mulheres Unidas de São Pedro – MUSP onde foi presidente por um mandato, é membro do Conselho Municipal da Mulher (Comum) e Promotora de  Cidadania.

Maria Ângela Varella Cabral – Atuante em projetos sociais, pedagoga com mestrado em educação, professora aposentada da Universidade Federal do Espírito Santo-UFES, no Departamento de Psicologia. É autora do livro “Um Perfil Ameaçado” as ações não governamentais de atendimento a crianças e adolescentes empobrecidos na Grande Vitória. Trabalha  atualmente  na Ação Comunitária do Espírito Santo (Aces), como Gerente de Projetos Sociais e no Serviço de Engajamento Comunitário (Secri), na Coordenação do Programa Juventude.