Empresários firmam acordo para o PPB dos cosméticos da ZFM
Os representantes empresariais do Pólo Industrial de Manaus (PIM) e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) assinaram um acordo nesta terça (18), no Centr
Publicado 18/12/2007 20:25 | Editado 04/03/2020 16:13
Assinaram o documento o representante legal em Brasília do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Saleh Hamdeh, e o presidente da Abihpec, João Carlos Basílio da Silva. Presente no ato da assinatura, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Miguel Jorge, não garantiu que a portaria seja publicada ainda este ano, mas prometeu agilidade no processo.
“Nós vamos preparar o mais rápido possível e vou encaminhar para a assinatura do presidente”, assegurou. Para ele, o PPB tem enorme importância para a Amazônia porque permite usar os recursos naturais de forma sustentável com o aproveitamento racional dos recursos naturais.
O ato de assinatura contou ainda com a presença do governador do Amazonas, Eduardo Braga, da titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Flávia Grosso, do senador João Pedro (PT-AM) e dos deputados federais Marcelo Serafim (PSB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
“Agora nós estamos ansiosos pela portaria do governo federal que vai oficializar a publicação desse PPB que abrirá a porta dessa nova indústria na Amazônia”, disse entusiasmado Eduardo Braga. O governador explicou que as novas regras atrairão indústrias que vão valorizar a floresta em pé.
“Como foi acordado, o PPB dará um passo importantíssimo para que a biodiversidade da floresta, pela primeira vez, seja utilizada em larga escala industrial”, disse. Sem projetar números, Braga disse que são grandes as perspectivas de geração de emprego nas áreas de conservação, nas cidades do interior e nas indústrias do PIM.
Para a coordenadora da bancada do Amazonas no Congresso Nacional e presidente da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o PPB é histórico e segue a vocação amazônica, “além de ser uma importante ferramenta para a preservação ambiental”. Segundo ela, são grandes também as perspectivas de desenvolvimento do conhecimento científico na região, sobretudo porque será incentivada as atividades do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA).
O PPB estabelecerá as regras para a instalação de indústrias de cosméticos e insumos a partir da exploração sustentável da fauna e flora da região amazônica. A portaria que criou o PPB é de 1993 e sua regulamentação por outra só ocorreu em 2002. Na ocasião, ela se tornou impraticável por não atrair investidores para a região.
As posições contrárias ao PPB partiram sempre da Abihpec que temia a migração em peso da indústria nacional para a ZFM. A associação acabou entendendo que a produção de cosméticos com o uso de insumos da região era uma vocação da Amazônia. Além disso, será uma boa oportunidade para que seja criado um produto nacional que possa atingir o mercado mundial. Atualmente a maioria dos insumos utilizados na indústria nacional é importado.
De Brasília,
Iram Alfaia