Messias Pontes: O Coisa Ruim causa outro desastre ao Brasil

Depois de causar a quarta maior tragédia no País, com o desmonte do Estado brasileiro – as outras foram a escravidão, a ditadura estadonovista e a ditadura militar – o Coisa Ruim sai da sua insignificância para se vingar do presidente Luiz Inácio Lula da

Usando como ventríloquo o senador tucano Arthur Virgílio Neto que foi humilhado pelos amazonenses nas últimas eleições para o governo do Estado, o ex-presidente mostrou toda a sua pequenez, prejudicando conscientemente a maioria do povo brasileiro e criando dificuldades para o governo do seu sucessor. 


 



 


O crescimento da economia ultrapassando a barreira dos 5,5% anual, a descoberta de uma mega reserva de petróleo e gás na bacia de Santos, e mais recentemente talvez a maior reserva de gás do continente, no Espírito Santo; a criação recordes de empregos formais, a migração de 20 milhões de pobres das classes D e E para a classe C, a entrada do Brasil no ranking dos países desenvolvidos, e o reconhecimento do presidente Lula como o maior líder da América Latina e um dos 100 mais influentes do Planeta, tudo isso acelerou o mesquinho espírito de vingança do Coisa Ruim contra o primeiro brasileiro que saiu do meio do povo e ascendeu ao mais alto posto da República. É a vingança da beca suja contra o macacão.  


 



 


Defensor incondicional da elite branca, o ex-presidente – entreguista, preconceituoso e racista – querendo recuperar o espaço perdido no próprio ninho tucano e sangrar o presidente Lula, tramou o desmonte dos programas sociais que estão tirando a maioria dos brasileiros da miséria. O governo Lula deixará de arrecadar não só os R$ 40 bilhões da CPMF, mas talvez um volume maior em função da sonegação que se verificará com o fim do tributo. A saúde, que já está um caos com as filas intermináveis, poderá ir para a UTI., prejudicando a maioria dos brasileiros que depende do SUS. Para essa súcia, o que interessa é derrotar o governo a qualquer custo. 


 



 


O mau-caratismo e o cinismo dessa gente têm o céu como limite. Condena um tributo que ela mesma criou; declarou que só votaria a favor da prorrogação da CPMF se todo o recurso fosse  para a saúde, mas quando o governo concordou, dois dias antes da votação, o acordo foi rompido; diz que o imposto é fascista e prejudicial ao povo, quando na realidade favorece quem não pode pagar um plano de saúde privado; prejudica inclusive estados e municípios para onde o recurso da CPMF é carreado. Tanto que todos os 27 governadores e os 5560 prefeitos brasileiros se posicionaram a favor da prorrogação, inclusive tucanos e DEMOS.  


 



 


Caso a CPMF tivesse sido prorrogada, até 2011 seriam investidos na saúde, além do que já é garantido pela Constituição Federal, mais R$ 88,6 bilhões, sendo que só em 2008 seriam R$ 24 bilhões. Um estado pobre como o Ceará perderá no próximo ano um bilhão de reais; São Paulo e Minas Gerais, governados pelos tucanos José Serra e Aécio Neves, perderão, respectivamente, R$ 4 e R$ 3 bilhões em 2008. O pequeno e pobre estado de Alagoas, governado por tucano, deixará de receber no próximo ano R$ 200 milhões. 


 



 


O governador alagoano, Teotônio Vilela Filho, declarou que “perde Alagoas e perde o Brasil”. Por sua vez a governadora potiguar, Wilma Farias (PSB), enfatizou que “foi um desastre para todos os entes da Federação”; e o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), disse que “não posso nem imaginar o que vai acontecer daqui para a frente sem a CPMF’. O governador cearense Cid Gomes chamou a oposição de irresponsável e inconseqüente. 


 



 


Só quem saiu ganhando com a demagógica, inconseqüente e irresponsável posição assumida pela oposição, aí incluída a “esquerda” que a direita adora (PSOL), foram os sonegadores, contrabandista e traficantes que ao longo dos anos fizeram fortuna. Até mesmo tucanos e DEMOS saíram perdendo. Tanto que, percebendo a besteira que fizeram, já falam em negociar com o Governo o retorno do tributo. 


 



 


Proporcionalmente, os estados que mais perderão são justamente São Paulo e Minas Gerais, governados pelos tucanos José Serra e Aécio Neves. Serra, que teve uma áspera discussão com o Coisa Ruim na véspera da votação, declarou que defendia os investimentos da Saúde nos estados, porque é onde são mais eficientes, e enfatizou que “nós não trabalhamos pela CPMF, trabalhamos pela saúde”. Por sua vez o governador mineiro, que já havia comemorado o acordo para a prorrogação da CPMF, observou que, pessoalmente, achava que o volume maior de investimentos na saúde seria bom para todos, para a população. 


 



 


A mentira da oposição prevaleceu durante todo o processo. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Scaf, que comemorou efusivamente a derrota do governo, cinicamente afirmou, através de nota oficial, que “foi uma vitória da sociedade. Não houve perdedores, porque venceu o Brasil”. 


 



 


Aqui na terrinha, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Roberto Macedo, fez coro com os sonegadores de todo o País ao afirmar que “foi uma vitória do povo brasileiro por meio dos seus representantes no Senado”. Como Scaf, Macedo perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado, isto porque até o reino mineral sabe que quem saiu perdendo foi o povo, e que o senador representa o Estado e não o povo. Quem representa o povo é o deputado. 


 



 


Depois de desmontar o Estado cearense com a extinção da CEPA, da EPACE, da CODAGRO, do Bandece, do BEC, da Coelce, da IOCE e de sucatear a Ematerce e as universidades estaduais, mais uma vez Tasso Jereissati joga contra o Ceará, ocasionando um prejuízo de quatro bilhões de reais em quatro anos. Este não depende do SUS, e sistematicamente vai fazer revisão de saúde em Cleveland, nos Estados Unidos. Ainda tem o cinismo de dizer que o povo saiu ganhando.  


 



 


Qualquer pessoa minimamente informada – que não seja telespectadora passiva da Globo nem leitora da Veja e dos jornalões da elite branca – sabe que o grande perdedor foi o povo pobre que depende dos SUS e dos programas sociais do governo Lula. Sabe também que vários oposicionistas agiram por pura vingança, senão vejamos: 


 



 


O Coisa Ruim não aceita por nada neste mundo que um nordestino retirante, que num passado não muito distante vestia um macacão para trabalhar no chão de uma fábrica, governe infinitamente melhor que ele, como todos os indicadores indicam claramente, e que seja respeitado mundialmente pelas posições que assume. 


 



 


O ex-sociólogo faz de tudo para impedir que o seu desgoverno seja comparado com o governo do homem do macacão. Ele acorda pensando – e só pensa nisso – o que fazer para destruir o atual governo, como impedir que os atuais programas sociais sejam desmontados. Para atingir seus mesquinhos e medíocres objetivos, o Coisa Ruim é capaz até de fazer uma boa ação. Ele também quer se vingar do povo brasileiro que o rejeitou.


 



 


Por sua vez, o seu ventríloquo Arthur Virgílio Neto votou contra a CPMF para se vingar do povo amazonense que o humilhou nas últimas eleições para o governo daquele estado, quando obteve tão somente quatro por cento da votação. Como o seu guru, não se elege mais sequer a síndico do prédio onde mora. Seu filho, Arthur Virgílio Bisneto (que falta de criatividade) também foi humilhantemente rejeitado nas eleições do ano passado, quando disputou a Prefeitura de Manaus. Depois da fragorosa derrota, ele veio a Fortaleza e foi preso por tirar as calças em praça pública, na vizinha cidade de Eusébio, desacatando e mostrando a traseira até para a delegada de polícia, numa prova de arrogância e prepotência que herdou do pai. 


 



 


Tasso Jereissati também se vingou dos cearenses que lhe infligiram fragorosa derrota nas eleições do ano passado. O senador tucano cearense, “dono’ da maior bancada na Assembléia Legislativa do Estado e de deputados federais, não conseguiu reeleger nenhum deles – com exceção do deputado estadual João Jaime, que independeu do apoio do chefe. O seu candidato ao Senado, o gaúcho pefelista Moroni Bing Torgan, perdeu para o comunista Inácio Arruda. Tasso já admite abandonar a política partidária para se dedicar às suas empresas porque sabe que dificilmente voltará a ocupar um cargo majoritário. 


 



 


Os partidos de oposição – PSDB, DEMO e PSOL, que num primeiro momento comemoraram a derrubada da CPMF, já perceberam que trata-se uma vitória de pirro. Os tucanos, que já saíram das eleições do ano passado divididos, racharam de vez e não juntam mais os cacos, ou melhor, as penas. Sete dos seus 13 senadores queriam votar a favor da prorrogação da CPMF, mas foram constrangidos pelo Coisa Ruim e o seu ventríloquo a votarem contra; todos os seus governadores e prefeitos queriam a prorrogação do tributo e agora vão ficar sem recursos para a saúde. O ninho tucano transformou-se num saco de gatos. 


 



 


O DEMO, que sempre foi apêndice do PSDB, reverteu esse quadro. Já mudou de nome várias vezes para fugir da fúria dos eleitores: foi Arena, PDS  e PFL, mas não engana mais. É um partido sem futuro que tende para uma rápida extinção. Basta ver o resultado das últimas eleições. Com o DNA da ditadura, fez de tudo para prorrogar a sessão de votação da CPMF até o dia seguinte para que coincidisse que o aniversário do famigerado AI-5. 


 



 


O PSOL também saiu perdendo, pois não tem como explicar aos eleitores por que se juntou com a escória da política brasileira, inclusive com os mega empresários e sonegadores brasileiros. O seu único representante na Câmara Alta, o cearense José Nery, que foi vereador pelo PT no município paraense de Abaetetuba, era suplente da senadora Ana Júlia, assumiu o Senado quando esta se elegeu governadora daquele estado. Agora pode pensar no que vai fazer quando terminar o seu mandato, pois não se reelegerá. 
 
 
 
 
Messias Pontes é jornalista