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Principais desmatadores terão nome em 'lista suja'

Os 50 maiores infratores já foram identificados no Pará, Mato Grosso e Rondônia, estados que respondem por 80% do desmatamento na Amazônia. ''Lista suja'' deve ser divulgada pelo Ibama até junho de 2008.

Os maiores desmatadores nos estados que mais devastam a floresta amazônica estão identificados. A informação é do diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, que disse que eles integrarão uma ''lista suja'' semelhante à usada contra trabalho escravo.



''Já identificamos os 50 maiores infratores no Pará, Mato Grosso e Rondônia, estados que contribuem com 80% do desmatamento na Amazônia. Vão sofrer sanções conjuntas – administrativa, penal e cível – e integrar uma lista suja, a ser divulgada ao longo do primeiro semestre do ano que vem'', afirmou Montiel, em entrevista à Agência Brasil.



O levantamento está sendo feito pelo Grupo Permanente de Responsabilização Ambiental, criado no dia 6 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo, coordenado pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA), é integrado por Ministério da Justiça, Casa Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Ibama e Secretaria Nacional de Segurança Pública.



Outra preocupação do governo, segundo Montiel, é fomentar atividades produtivas sustentáveis na região amazônica, por meio de linhas de crédito com juros reduzidos. O MMA também desenvolve uma programa de capacitação de gestores ambientais. A idéia é fazer com que o trabalho seja absorvido nos municípios, para que eles tenham uma participação mais ativa no combate ao desmatamento.



''A constituição prevê atribuições dos municípios na proteção ambiental, mas a realidade deles [os da Amazônia] é bem distinta da verificada no Sul e Sudeste. Não têm órgãos de meio ambiente estruturados'', comentou o diretor.



O centro de monitoramento ambiental do Ibama, criado em 2004, fica em Brasília, mas há estações de trabalho montadas na superintendência do órgão na Amazônia e em 17 bases operativas das ações de fiscalização. A tecnologia utilizada é o geoprocessamento, com imagens de satélite acessadas via internet. ''Não estamos satisfeitos e vamos avançar mais, com instrumentos de monitoramento melhores, que nos permitirão chegar antes que o desmatamento se torne grande'', afirmou Flávio Montiel.